13/05/2014

Por que a esclerose múltipla afeta quatro vezes mais as mulheres?

Redação do Diário da Saúde
Proteína pode explicar porque esclerose múltipla afeta mais as mulheres
Tecido de um cérebro feminino (esquerda) afetado pela esclerose múltipla, mostrando níveis muito mais altos de um receptor de vaso sanguíneo (vermelho) do que um cérebro masculino igualmente afetado pela doença (direita). A diferença poderia ajudar a explicar por que a esclerose múltipla afeta muito mais as mulheres do que os homens.[Imagem: Robyn Klein]

Esclerose múltipla

Acaba de ser identificada uma diferença entre os cérebros de homens e mulheres que pode ajudar a explicar porque as mulheres são mais afetadas do que os homens pela esclerose múltipla.

Na esclerose múltipla, uma inflamação causada por células do sistema imunológico da própria pessoa danifica uma camada protetora que envolve as ramificações dos neurônios no cérebro e na coluna vertebral - é por isto que ela é considerada uma doença autoimune.

Esses danos atrapalham o funcionamento das células nervosas e, por vezes, fazem com que elas definhem, interrompendo a comunicação entre os neurônios que é necessária para as funções normais do cérebro, como o movimento e a coordenação.

A doença é quatro vezes mais comum entre as mulheres do que entre os homens.

Gene S1PR2

Agora, estudando camundongos e pessoas, pesquisadores descobriram que as mulheres produzem níveis mais altos do que os homens de uma proteína receptora presente nos vasos sanguíneos, chamada S1PR2.

Além disso, eles verificaram que a proteína - essencialmente um gene - está presente em níveis ainda mais elevados nas áreas do cérebro que normalmente sofrem danos pela esclerose múltipla.

"Foi um momento 'eureca' - os nossos estudos genéticos nos levaram diretamente a este receptor," conta a Dra. Robyn Klein, da Universidade de Washington (EUA). "Quando estudamos sua função nos camundongos, descobrimos que ela pode determinar se as células imunes atravessam os vasos sanguíneos dentro do cérebro. Estas células causam a inflamação que leva à esclerose múltipla."

Rastreador

Há um novo medicamento em teste atualmente que bloqueia outros receptores da mesma família proteica, mas não afeta o gene S1PR2.

Os pesquisadores recomendaram que as equipes envolvidas no desenvolvimento do medicamento desenvolvam uma droga que desabilite a S1PR2.

Mas o processo pode não ser tão simples: o estudo identificou 20 genes que são ativos em diferentes níveis nas regiões mais vulneráveis dos cérebros femininos à doença autoimune - mas eles ainda não sabem o que 16 desses genes fazem.

A equipe da Dra. Klein está agora trabalhando com químicos para projetar um rastreador que permita monitorar os níveis de S1PR2 no cérebro, o que ajudará a compreender exatamente seu papel no desenvolvimento da doença.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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