27/10/2021

Estimulação elétrica alivia dor forte sem efeitos colaterais

Redação do Diário da Saúde
Estimulação elétrica alivia dor forte sem efeitos colaterais
Matilda Forni mostra os finíssimos eletrodos usados no implante de estimulação elétrica. [Imagem: Agata Garpenlind]

Analgésico sem efeitos colaterais

Pesquisadores suecos desenvolveram um método completamente novo de estimulação nervosa, usando microeletrodos ultrafinos para combater a dor intensa.

A técnica forneceu um alívio da dor eficaz e personalizado, sem os efeitos colaterais comuns dos medicamentos de alívio da dor.

O tratamento analgésico tradicional certamente reduz a dor, mas ao mesmo tempo afeta os sentidos e a função mental, e há um risco considerável de desenvolver dependência de drogas, como vem ocorrendo de maneira epidêmica com os analgésicos opioides.

Esta falta de um tratamento sem efeitos colaterais para a dor de longa duração prejudica consideravelmente a qualidade de vida dos pacientes. Sem um tratamento analgésico, a dor persistente dificulta ou até impossibilita a vida normal do paciente.

Estimulação elétrica contra dor

Matilda Forni e seus colegas da Universidade Lund desenvolveram um método para combater a dor por meio da estimulação elétrica personalizada, usando microeletrodos ultrafinos, adequados para inserção nos tecidos humanos.

"Os eletrodos são muito macios e extremamente suaves para o cérebro. Eles são usados para ativar especificamente os centros de controle da dor do cérebro, sem ativar simultaneamente os circuitos das células nervosas que produzem efeitos colaterais. O método envolve o implante de um agrupamento de eletrodos ultrafinos e, em seguida, selecionar um subgrupo de eletrodos que proporcionam puro alívio da dor, mas sem efeitos colaterais. Esse procedimento permite um tratamento de estimulação extremamente preciso e personalizado que se mostrou eficaz para todos os indivíduos [estudados]," disse o professor Jens Schouenborg.

A dor é bloqueada pela ativação dos centros de controle da dor do cérebro, que, por sua vez, bloqueiam apenas a transferência de sinal nas vias da dor para o córtex cerebral.

"Conseguimos um bloqueio quase total da dor sem afetar qualquer outro sistema sensorial ou habilidade motora, o que é um grande avanço na pesquisa da dor. Nossos resultados mostram que é realmente possível desenvolver um alívio da dor poderoso e sem efeitos colaterais, algo que tem sido um grande desafio até agora," disse Matilda.

Testes em humanos

Como é um tratamento invasivo, o estudo até agora só foi realizado em cobaias. O próximo passo é saber se os resultados podem ser transferidos para os humanos.

"Esse é o objetivo. O cérebro humano tem sistemas de controle semelhantes aos dos ratos e nossos projetos de eletrodos podem ser ampliados para humanos," avaliou Matilda.

Os pesquisadores esperam que, dentro de cinco a oito anos, o método levará a um tratamento de estimulação satisfatório de pessoas com dor particularmente forte, como dor oncológica ou dor crônica relacionada a lesões na medula espinhal, para as quais nenhum tratamento satisfatório para a dor está disponível atualmente.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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