11/02/2008

Estudos de toxicidade abrem as portas para uso da nanotecnologia na Medicina

Site Inovação Tecnológica

Além de permitir o surgimento de uma nova geração de chips e de possibilitar a criação de materiais mais leves e mais resistentes do que tudo o que existe até hoje, os nanotubos de carbono também têm o potencial para transportar medicamentos no interior do corpo dos pacientes, levando-os diretamente até o ponto onde devem agir.

Riscos dos nanomateriais

Até agora, contudo, sempre ficou a questão: O que acontecerá com os nanotubos no interior do organismo depois que eles cumprirem sua função e terminarem de liberar os medicamentos?

Esta dúvida tem paralisado as pesquisas não apenas com os nanotubos de carbono, mas com diversas nanopartículas e outros dispositivos gerados pela nanotecnologia, simplesmente porque os cientistas ainda não conhecem os riscos que eles oferecem à saúde humana e ao meio ambiente.

Estudos feitos em ratos têm mostrado que a maioria dos nanomateriais tende a se acumular em órgãos como o fígado e o baço. Por quanto tempo eles ficarão lá, se é que sairão de lá, é outra dúvida que deve ser eliminada antes de qualquer teste com esses produtos em seres humanos.

Nanopartículas capturadas pelo sistema digestivo

A equipe do Dr. Hongjie Dai, da Universidade de Stanford, agora parece ter chegado a alguns resultados encorajadores. Eles descobriram que pelo menos os nanotubos de carbono deixam o organismo primariamente por meio das fezes, e uma outra parcela pela urina. "É muito bom saber disso," afirma Dai. "Isto agora prova que eles saem do sistema."

Toxicidade óbvia

O estudo, que durou três meses, também não encontrou evidências de danos para os ratos pelo fato de que os nanotubos de carbono passem pelos seus órgãos. "Não se observou nenhum toxicidade óbvia," afirma o pesquisador, ressaltando que as cobaias "parecem muito saudáveis."

Espectroscopia Raman

Para acompanhar os nanotubos no interior do corpo dos animais, os cientistas utilizaram uma técnica chamada espectroscopia Raman. Um feixe de raio laser "ilumina" as moléculas monitoradas no interior dos órgãos. Quando atinge a molécula, a luz do laser causa uma alteração detectável em seu estado de energia.

Os nanotubos de carbono, compostos inteiramente de carbono disposto em anéis hexagonais, dá uma forte resposta ao laser, o que permitiu que os cientistas acompanhassem sua localização e sua abundância nos órgãos e no sangue dos animais.

Carregando medicamentos

Depois de injetados, os nanotubos de carbono permanceram no sistema circulatório dos animais por cerca de 10 horas, graças a uma cobertura de polietileno glicol. Segundos os pesquisadores, este é um tempo suficiente para que os medicamentos que eles carregarão cheguem aos órgãos de destino. Depois eles são excretados pelo sistema digestivo.

Para conhecer os resultados de um outro tipo de análise sobre a toxicidade dos nanotubos de carbono, veja Nanotubos de carbono agora são biocompatíveis.

Fonte: Estudos de toxicidade abrem porta para uso de nanotubos na medicina

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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