14/12/2020 Exame de covid-19 poderá ser feito pela saliva, principalmente em criançasRedação do Diário da Saúde
O objetivo é facilitar a realização de exames para que as pessoas infectadas possam se isolar mais rapidamente. [Imagem: IGC]
Exame de covid pela saliva A única forma de reduzir a transmissão do vírus SARS-CoV-2 e deter a sua circulação é recorrer ao método tradicional no controle epidemiológico: a rápida identificação de potenciais infectados, a sua rede de contatos, fazer exames e isolar os infectados. Isso porque o vírus pode infectar pessoas sem que estas apresentem sintomas, mas que mesmo assim transmitem ativamente o vírus - de fato, a carga viral em pacientes assintomáticos é maior do que nos pacientes com sintomas de covid-19. O problema é que os exames disponíveis não têm oferecido a qualidade necessária dos resultados e não são tão simples de serem feitos pela população como seria desejável. Por isso, uma equipe do Instituto Gulbenkian de Ciência (Portugal) começou a estudar a viabilidade da utilização de saliva como amostragem eficaz na detecção de pessoas infetadas com covid-19, em adultos e crianças. "O método de testagem atual é extremamente invasivo, principalmente para as crianças, envolve uma logística grande e dispendiosa e por isso é estratégico encontrar opções com claras vantagens para a população, pacientes e para o sistema nacional de saúde," justificou a professora Maria João Amorim, que lidera o estudo. Saliva em vez de meleca Até ao momento, o método foi validado com sucesso em cerca de 80 pessoas hospitalizadas onde, entre outros, se comparou a eficácia da saliva face à amostra nasofaríngea, tendo sido obtidos resultados muito promissores. Com os bons resultados, a equipe passará agora à segunda fase, envolvendo um total de 300 pessoas, 33% das quais sabidamente infectadas, de todas as faixas etárias. Eles pretendem dar ênfase especial ao exame de crianças, nas quais é mais difícil usar o método de coletar meleca do nariz. "Este projeto é fundamental para validar se as colheitas das amostras da saliva podem ser uma alternativa para todos os grupos etários pediátricos, desde o recém-nascido até aos 18 anos. Se se demonstrar eficaz pode ser no futuro uma forma de colheita fácil de realizar e, claro, muito menos desagradável para o doente. Adicionalmente pode permitir alargar a capacidade de testagem nas diferentes faixas etárias e ajudar a caracterizar a prevalência e a doença na idade pediátrica," disse a pesquisadora. Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br URL: A informação disponível neste site é estritamente jornalística, não substituindo o parecer médico profissional. Sempre consulte o seu médico sobre qualquer assunto relativo à sua saúde e aos seus tratamentos e medicamentos. |