05/02/2016

Exame permite detectar zika em transfusão de sangue

Com informações da Agência Fapesp

Zika em sangue para transfusão

Um exame para detectar a presença do vírus zika no sangue usado em transfusões foi desenvolvido pela equipe do professor José Eduardo Levi, da Fundação Pró-Sangue/Hemocentro de São Paulo.

Inicialmente a técnica é indicada apenas para a triagem de bolsas de sangue destinadas a gestantes ou a transfusões intrauterinas (nas quais o sangue é transfundido diretamente no feto).

A iniciativa é uma medida de precaução, já que não existe confirmação de que a transmissão transfusional do vírus represente risco ao feto.

"No caso do zika, a grande preocupação é com grávidas e fetos. Achamos que não seria boa ideia, nesses casos, usar sangue com risco de ter o vírus. Nossa proposta foi fazer um teste para ser usado em um pequeno número de bolsas de sangue - 0,16% do estoque do banco de sangue - destinado a esse público-alvo. Pretendemos começar a aplicar o teste no Hemocentro de São Paulo logo após o Carnaval", afirmou José Eduardo.

Precaução

Desde o início da epidemia de zika no Brasil, em 2015, pelo menos dois casos de transmissão por meio de transfusão sanguínea foram confirmados no Hemocentro da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), interior de São Paulo.

Em relação à dengue já é conhecida a possibilidade de ocorrer transmissão transfusional. Segundo José Eduardo, estima-se que até 1% dos doadores de sangue - nos períodos de pico epidêmico - sejam positivos para o vírus da dengue no momento da doação, mas não é feita nenhum tipo de triagem laboratorial.

"Isso nunca foi considerado um problema, pois, na maioria das vezes, o receptor do sangue nem sequer chega a desenvolver a doença. No Brasil, nunca foi detectado um caso grave de dengue transfusional. Esse primeiro receptor contaminado com zika em Campinas também não apresentou sintomas da doença, embora tenha sido confirmada a presença do vírus em seu sangue. O segundo paciente morreu em decorrência dos ferimentos por arma de fogo que levaram à necessidade de transfusão.

"De maneira geral, ainda não há evidências de que o vírus zika seja algo problemático do ponto de vista transfusional, com exceção das grávidas. Não temos evidência, por exemplo, de que o zika adquirido pela via transfusional possa causar microcefalia, mas acreditamos que exista uma alta probabilidade de que isso ocorra," explicou o pesquisador.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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