31/08/2009

Exercícios e dieta mediterrânea diminuem risco de Alzheimer

Karin Eskenazi

Exercitar e comer bem

Ser fisicamente ativo e, ao mesmo tempo, aderir a uma dieta no estilo mediterrâneo, tem uma forte associação com um menor risco de ser acometido pelo Mal de Alzheimer, de acordo com uma nova pesquisa publicada nesta semana no Journal of the American Medical Association.

Enquanto estudos anteriores haviam investigado a associação entre a dieta Mediterrânea ou a atividade física, separadamente, e o risco de Alzheimer, esta nova pesquisa explorou a associação combinada entre a doença e os dois comportamentos.

Uma outra pesquisa também já havia demonstrado que a dieta Mediterrânea reduz o risco de obesidade entre adultos.

Comportamentos associados

"Frequentemente as pessoas que se exercitam também seguem uma dieta saudável e vice-versa. Nós queríamos ver se esse comportamento combinado poderia estar associado de alguma forma com o risco de sofrer de Alzheimer," explica Nikos Scarmeas, da Universidade de Colúmbia (Estados Unidos).

A pesquisa incluiu 1880 voluntários com uma idade média de 77 anos. Eles foram acompanhados quanto ao nível de exercício físico que praticavam e a dieta que seguiam. A seguir, foram monitorados para detecção do desenvolvimento do Mal de Alzheimer.

Dieta Mediterrânea

Com relação à dieta, os participantes foram entrevistados sobre os alimentos que consumiram ao longo do último ano. As respostas foram agrupadas em nove categorias, a soma das quais representa o nível de aderência a uma dieta Mediterrânea.

Uma dieta do tipo mediterrâneo é tipicamente caracterizada pela alta ingestão de peixes, vegetais, legumes, frutas, cereais e gorduras não-saturadas; consumo relativamente baixo de produtos derivados de leite, carnes e gorduras saturadas; além de um consumo moderado de álcool.

Risco cai a menos da metade

Os pesquisadores descobriram que os participantes que eram fisicamente ativos apresentam uma redução no risco de sofrer de Mal de Alzheimer de 33%. Aqueles que apenas aderiam à dieta Mediterrânea apresentaram uma redução no risco de 40%.

Já aqueles que tanto se exercitavam, quanto aderiram mais fortemente a uma dieta no estilo mediterrâneo, tiveram uma redução no risco de Alzheimer de 60%.

"Este estudo é importante porque ele mostra que as pessoas podem ser capazes de alterar seu risco de desenvolver Alzheimer modificando seu estilo de vida através da dieta e dos exercícios físicos," diz o Dr. Scarmeas.

Fatores genéticos e não-genéticos

"Nós sabemos que uma parte da doença de Alzheimer está relacionada com alterações genéticas e, conforme o tempo passa, nós descobrimos mais e mais dessas alterações. Mas é também possível que as alterações não-genéticas, incluindo o estilo de vida e o comportamento, possam afetar a saúde do nosso cérebro e nosso risco de desenvolver doenças cerebrais, como o Alzheimer, provavelmente em combinação com nossa predisposição genética," diz o médico.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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