09/04/2010

Experiências de quase-morte continuam sem explicação

Redação do Diário da Saúde

Fenômenos de quase-morte

Cientistas da Universidade de Maribor, na Eslovênia, apresentaram resultados de um estudo que procurava explicações para os relatos feitos por pessoas que estiveram "perto da morte".

As chamadas experiências de quase-morte incluem várias sensações, incluindo visões como uma "luz no fim do túnel" ou de imagens dos momentos vividos ao longo de toda a vida desfilando como um filme diante dos olhos.

Outros pacientes relatam acompanhar tudo o que aconteceu no quarto do hospital como se estivessem flutuando junto ao teto.

Nível de CO2 estatisticamente insignificante

Depois de examinar 52 pacientes que relataram a experiência de quase-morte, o único elemento identificado foi um nível mais elevado de dióxido de carbono (CO2) em 11 deles - apenas 21%, o que é estatisticamente irrelevante para uma conclusão segura.

Além disso, o estudo não analisou a causalidade, mas uma associação. Desta forma, não é possível afirmar se o alto nível de CO2 é uma causa ou uma consequência do fenômeno.

Os pesquisadores não encontraram nenhum padrão associado a sexo, idade, nível de educação, credo, medo da morte, medo da recuperação ou drogas subministradas durante o ressuscitamento.

Anoxia

A anoxia - a morte de células do cérebro em consequência da falta de oxigênio - é uma das principais teorias para explicar as experiências vividas em momentos de morte iminente.

Mas este efeito foi estatisticamente insignificante no pequeno grupo de onze pacientes que as vivenciaram no estudo esloveno. Em compensação, os níveis de CO2 no sangue destes pacientes foi muito mais alto que no resto dos pacientes da pesquisa.

Outros experimentos já mostraram que inalar dióxido de carbono pode levar a alucinações similares às relatadas em momentos de morte iminente.

Incertezas

O que a equipe ainda não sabe, porém, é se estes altos níveis de CO2 se devem à parada cardíaca ou se já eram registrados antes do fenômeno.

"Esta é potencialmente outra peça do quebra-cabeças. Precisamos de mais pesquisas", disse a pesquisadora que coordenou o estudo, Zalika Klemenc-Ketis. "Experiências de quase morte nos fazem questionar nossa compreensão da consciência humana, portanto, quanto mais, melhor."

Grandes mistérios da humanidade

O cardiologista Pim van Lommel, que há anos estuda fenômenos semelhantes, descreveu as conclusões como "interessantes" ao conceder entrevista à BBC.

"Mas eles não encontraram a causa, apenas uma associação. Acho que isto permanecerá um dos grandes mistérios da humanidade", disse.

"As ferramentas que os cientistas possuem simplesmente não são suficientes para explicá-los," disse o pesquisador.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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