17/04/2012

Movimentos sociais querem que Rio+20 discuta a felicidade

Com informações da Agência Brasil

Felicidade do cidadão

Entidades da sociedade civil internacionais e brasileiras estão se mobilizando para inserir o tema felicidade na agenda de debates da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável.

Isto confirma que a Rio+20, que ocorrerá no Rio de Janeiro, em junho próximo, está sofrendo mesmo de uma crise de identidade.

O evento mundial foi inicialmente agendado como uma conferência ambiental, mas os próprios organizadores brasileiros estão tentando transformá-la em uma conferência sobre crescimento sustentável.

Não é o bastante, respondem centenas de organizações não-governamentais (ONGs).

"Mais do que a medição de um índice, [queremos] é o estabelecimento de políticas públicas baseadas na felicidade do cidadão", declarou Mauro Motoryn, um dos ativistas em defesa do tema felicidade.

Lei da Felicidade

O tema felicidade será abordado pelo Senado, no próximo dia 26, em audiência pública a ser realizada pela Subcomissão Permanente de Acompanhamento da Rio+20 e do Regime Internacional sobre Mudanças Climáticas, que integra a Comissão de Relações Exteriores.

Participarão do evento a Fundação Getulio Vargas, e representantes das ONGs e de entidades da sociedade civil envolvidas com a Rio+20.

A proposta de transformação da felicidade em política pública está tramitando no Congresso Nacional por meio da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 19/2010, cujo relator é o senador Cristovam Buarque (PDT-DF).

"A PEC tem plenas condições de ser aprovada. No começo, todo mundo questionava [o debate sobre] a felicidade, mas hoje é uma questão de editorial na mídia mundial, [que está] nas articulações dos grandes pensadores da economia comportamental e em instituições de Harvard e na Fundação Getulio Vargas", disse Motoryn.

Felicidade mundial

O tema da felicidade vem ganhando espaço nas pautas de vários países do mundo.

O primeiro Relatório Mundial sobre Felicidade, divulgado este mês pela Organização das Nações Unidas (ONU), apontou a Dinamarca como o país onde os cidadãos se sentem mais felizes com a sua vida. Em seguida, vem a Finlândia.

O Brasil aparece na 25ª colocação, entre 156 nações.

Mauro Motoryn explicou que o relatório privilegia os fatores sociais, nos quais o Brasil ainda apresenta "falhas gritantes", a exemplo dos baixos índices em educação e saúde.

"A gente não pode confundir um país alegre com um país feliz do ponto de vista daquilo que recebe do Estado. Ou seja, nós temos deficiências graves na área da educação, de saúde, e isso influi decisivamente na colocação que ocupamos (no relatório)," afirmou.

Aplicativo para medir felicidade

O movimento coordenado por Motoryn, chamada Movimento Mais Feliz já tem até um aplicativo, chamado Myfuncity (minha cidade legal, em tradução livre), para fazer a medição da felicidade dos cidadãos em tempo real.

O Movimento Mais Feliz reúne atualmente cerca de 700 entidades que buscam difundir a felicidade como norteadora de políticas públicas, no âmbito de cidades sustentáveis.

A base do movimento foi o indicador Felicidade Interna Bruta (FIB), criado no Butão, pequeno reino da Ásia, encravado na Cordilheira do Himalaia.

O programa Myfuncity foi desenvolvido no Brasil e está sendo divulgado em todo o mundo.

De acordo com o dirigente do movimento, a felicidade analisada pela ferramenta não é a subjetiva, isto é, percebida por cada pessoa, mas sim a felicidade objetiva, que resulta das ações do poder público.

Segundo Motoryn, o aplicativo é mais sensível e atual do que aquele que resultou na pesquisa da ONU, porque consegue medir rua a rua, bairro a bairro: "Você consegue perceber onde deve colocar e priorizar o investimento público".

Após seis meses de testes, envolvendo cerca de 6 mil pessoas, o aplicativo Myfuncity deverá ser usado na próxima campanha de eleição para vereadores: "É participação popular, objetivando dar prioridade ao gestor público".

Os testes com o aplicativo revelaram que, nas regiões onde educação e saúde têm boa qualidade, o nível de bem-estar é maior.

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Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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