27/10/2025

Fragilidade física pode ser causa, e não sintoma da demência

Redação do Diário da Saúde

Fragilidade causa demência?

Um novo estudo de grande escala indica que a fragilidade física - caracterizada por fraqueza, lentidão de movimentos e baixo nível de atividade física - pode ser um fator causal no desenvolvimento da demência, e não apenas um sintoma precoce da doença.

A fragilidade física é definida pela presença de três ou mais sintomas como fadiga constante, pouca atividade física, baixa força de preensão, lentidão ao caminhar e perda de peso não intencional.

Pesquisas anteriores já haviam estabelecido uma associação entre a fragilidade física e o maior risco de demência. No entanto, permanecia a dúvida: A fragilidade é um sinal inicial da demência ou é, de fato, um fator que contribui para o seu desenvolvimento?

Xiangying Suo e colegas da Universidade Zhengzhou (China) acompanharam quase 490 mil pessoas por uma média de 14 anos, o que permitiu coletar novas evidências sobre a relação causal entre os dois fatores.

As principais conclusões foram:

  • Risco Aumentado: Levando em conta fatores como idade e educação, pessoas que preenchiam a definição de fragilidade foram quase três vezes mais propensas a desenvolver demência do que aquelas sem sintomas de fragilidade. Aquelas em estado de "pré-fragilidade" (com um ou dois sintomas) tiveram um risco 50% maior.
  • Interação Genética: O risco foi ainda maior para indivíduos frágeis que também carregavam genes ligados à demência, sendo que estes foram quase quatro vezes mais propensos a desenvolver a condição - observe que isto significa que a fragilidade (três vezes mais risco) é muito mais significativa do que o risco genético (uma vez mais risco adicional).
  • Análise Causal: Os pesquisadores encontraram evidências que sugerem que a fragilidade pode ser um fator causador da demência. Além disso, a análise indicou que é improvável que a demência, por sua vez, aumente o risco de fragilidade, reforçando a direção da causa.
  • Marcadores Cerebrais: Pessoas com fragilidade apresentaram mais alterações na estrutura cerebral e nos biomarcadores tipicamente relacionados à demência, sugerindo que a fragilidade pode ser um mecanismo subjacente que leva ao declínio cognitivo.

Estes resultados reforçam a importância de monitorar e intervir na fragilidade física como uma potencial estratégia de prevenção da demência, o que abre as portas para o desenvolvimento de programas direcionados para tratar a fragilidade em adultos mais velhos, visando a proteção da saúde cerebral a longo prazo, concluiu a equipe.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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