05/06/2020 Gestantes com covid-19 apresentam lesões na placentaRedação do Diário da SaúdeCovid na gravidez As placentas de 16 mulheres que testaram positivo para covid-19 durante a gravidez mostraram evidências de lesão, de acordo com exames patológicos concluídos diretamente após o nascimento dos bebês. O tipo de lesão observada nas placentas mostra um fluxo sanguíneo anormal entre as mães e seus bebês no útero, apontando para uma nova complicação da covid-19. A descoberta, embora exija estudos com um número maior de pacientes, pode ajudar as mulheres decidirem de forma melhor informada sobre se desejam engravidar na situação da atual pandemia do coronavírus SARS-CoV-2 e se as grávidas devem ser monitoradas clinicamente durante a pandemia. "A maioria desses bebês nasceu a termo [no momento esperado] após gestações normais, então você não esperaria encontrar nada de errado com as placentas, mas esse vírus parece estar induzindo alguma lesão na placenta," disse o Dr. Jeffrey Goldstein, da Universidade Northwestern (EUA). "Ele não parece induzir consequências negativas nos bebês nascidos vivos, com base em nossos dados limitados, mas valida a ideia de que mulheres com covid-19 devem ser monitoradas mais de perto". Esse monitoramento adicional pode vir na forma de testes não estressantes, que examinam o quão bem a placenta está fornecendo oxigênio, ou ultrassonografias de crescimento, que medem se o bebê está crescendo a uma taxa saudável. "Não é para pintar uma imagem assustadora, mas essas descobertas me preocupam. Não quero tirar conclusões abrangentes de um estudo pequeno, mas esse vislumbre preliminar de como a covid-19 pode causar alterações na placenta traz algumas implicações bastante significativas para a saúde de uma gravidez. Devemos discutir se devemos mudar como monitoramos as mulheres grávidas agora," acrescentou a Dra. Emily Miller, coautora do estudo. Gravidez durante outras epidemias O Dr. Goldstein ressalta que o vírus da gripe não atravessa a placenta, de forma que o que quer que esteja causando problemas ao longo da vida nessas pessoas provavelmente se deve à atividade imunológica e à lesão na placenta. Pesquisas anteriores mostraram que crianças que estavam no útero durante a pandemia de gripe de 1918-19, que geralmente é comparada à atual pandemia de covid-19, tiveram rendimento mais baixo na vida e maiores taxas de doenças cardiovasculares. "Nosso estudo, e outros estudos semelhantes, estão tentando chegar na base para essa exposição, para que possamos pensar sobre quais questões devemos nos colocar nas pesquisas dessas crianças e o que podemos ou devemos fazer agora para mitigar esses mesmos tipos de consequências," finalizou Goldstein. Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br URL: A informação disponível neste site é estritamente jornalística, não substituindo o parecer médico profissional. Sempre consulte o seu médico sobre qualquer assunto relativo à sua saúde e aos seus tratamentos e medicamentos. |