06/10/2021

Grávidas devem limitar ao máximo uso de paracetamol

Redação do Diário da Saúde
Grávidas devem limitar ao máximo uso de paracetamol
Estudos mais focados já demonstraram que paracetamol na gravidez prejudica masculinidade dos filhos e que, tomado na gravidez, o paracetamol pode reduzir a fertilidade das filhas.[Imagem: CC0 Public Domain/Pixabay]

Riscos do paracetamol na gravidez

O paracetamol (também denominado acetaminofeno) deve ser usado apenas quando houver indicação médica durante a gravidez e na menor dose eficaz pelo menor tempo possível, de acordo com uma Declaração de Consenso publicada pela revista científica Nature Reviews Endocrinology.

Ann Bauer e colegas da Universidade de Massachusetts (EUA) conclamam ainda a comunidade científica a um esforço de pesquisa focado para estudar como o paracetamol pode afetar o desenvolvimento fetal e propõe uma série de medidas de precaução que devem ser tomadas enquanto essas pesquisas não são realizadas.

O paracetamol é amplamente usado durante a gravidez, com estimativas sugerindo que seja usado por até 65% das grávidas nos Estados Unidos e mais de 50% em todo o mundo.

No entanto, uma quantidade crescente de pesquisas sugere que a exposição pré-natal ao paracetamol pode afetar o desenvolvimento do bebê, o que pode aumentar o risco de certos distúrbios neurodesenvolvimentais, reprodutivos e urogenitais.

Evitar ao máximo paracetamol na gravidez

Para avaliar as relações entre gravidez e paracetamol, a equipe conduziu uma revisão de pesquisas experimentais baseadas em células e animais, e pesquisas epidemiológicas em humanos, relacionadas ao uso de paracetamol durante a gravidez, publicadas entre 01 de janeiro de 1995 e 25 de outubro de 2020.

Os autores resumem afirmando que a exposição pré-natal ao paracetamol em humanos pode estar associada a resultados neurológicos, urogenitais e reprodutivos adversos tanto para filhos quanto para filhas. Os resultados epidemiológicos são fundamentados por estudos experimentais que mostram efeitos adversos em modelos animais e celulares.

Como abordagem de precaução, os pesquisadores propõem que as mulheres devem ser aconselhadas no início da gravidez a desistir do uso de paracetamol, a menos que haja indicação médica; consultar o médico ou farmacêutico se não tiver certeza se deve usar o paracetamol e antes de usar a longo prazo; e minimizar o risco usando a menor dose eficaz pelo menor tempo possível.

Embora essas recomendações possam não diferir substancialmente das diretrizes gerais de medicação para gravidez, os pesquisadores acreditam que a comunicação de risco específico do paracetamol é recomendada tanto para os profissionais de saúde quanto para as mulheres grávidas por causa da percepção largamente detectada de que o paracetamol poderia impor um risco insignificante na gravidez, o que não é o caso.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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