20/09/2022

Hormônio do exercício protege os rins contra danos do diabetes

Com informações da Agência Fapesp
Hormônio do exercício protege os rins contra danos do diabetes
A irisina, substância liberada durante a prática de atividade física, evita a degeneração celular que leva à nefropatia diabética e à insuficiência renal.[Imagem: Guilherme Pedron Formigari]

Irisina

A irisina, também conhecida como hormônio do exercício, é considerada pelos cientistas como um dos principais mensageiros químicos responsáveis pela longa lista de benefícios proporcionados pela atividade física regular ao organismo humano.

Agora, um grupo de pesquisadores da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) confirmou que a irisina, que é liberada pelo tecido muscular durante a prática de atividade física, não apenas interage positivamente com os rins, como também pode prevenir os estragos renais produzidos pelo diabetes.

Silenciosa, a doença renal atinge entre 20% e 40% dos diabéticos - ao provocar danos nos vasos sanguíneos, artérias e veias que irrigam os rins, ela conduz à insuficiência renal crônica.

"Nós constatamos que o exercício aeróbico está associado a um aumento da irisina muscular na circulação sanguínea e também nos rins, conferindo nefroproteção," explicou o Dr. José Butori de Faria, responsável pelo trabalho.

Isto traz novas esperanças de desenvolvimento de novas terapias que possam proteger os rins de pessoas diabéticas dos danos causados pela progressão da doença.

Proteção aos rins

A descoberta envolveu uma série de experimentos em células e em animais de laboratório, que mostraram que a falta da irisina impede os efeitos protetores do exercício ao rim diabético.

"Concluímos que o exercício físico aumenta a irisina no músculo e na circulação e que, nos rins, a presença desse hormônio ativa a enzima AMPK, que bloqueia os mecanismos da fibrose renal," explicou José Butori.

A mesma equipe já havia descoberto o papel da enzima AMPK na fibrose renal, que resulta de um estado de inflamação crônica das células e faz com que percam sua função.

Finalmente, os pesquisadores avaliaram o soro humano (sangue centrifugado, sem os glóbulos vermelhos) de pacientes diabéticos sedentários e que se exercitam. Nas amostras de quem se manteve em atividade, a irisina encontrada protegeu o rim e reduziu a lesão das células tubulares expostas a alta concentração de glicose. "Pela primeira vez, podemos afirmar que, no diabetes, o eixo irisina/AMPK induzido pelo exercício físico protege as células renais dos efeitos da alta glicose," concluiu a equipe.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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