14/05/2020

Hormônios femininos podem ter papel protetor contra coronavírus

Com informações da Agência Fapesp
Hormônios femininos podem ter papel protetor contra coronavírus
Estudo investiga possível atividade inibidora dos estrogênios na evolução da covid-19. O objetivo é chegar a fármacos com potencial terapêutico, como o 17β-estradiol.[Imagem: Wikipedia Media Commons]

Covid-19 é pior para os homens

Não há um claro predomínio de homens ou mulheres nos indivíduos diagnosticados globalmente com covid-19.

No entanto, a maioria dos que são hospitalizados ou vão a óbito, ou seja, que desenvolvem a doença de forma mais grave, é constituída por homens - "na maioria dos países, os homens têm 50% mais chances de morrer após o diagnóstico do que as mulheres", segundo a organização Global Health 50/50.

Esse dado é corroborado por estatísticas atualizadas da cidade de Nova York (Estados Unidos) e por um estudo realizado na China, de acordo com o qual "o sexo masculino é um fator de risco para pior resultado em pacientes com covid-19, independentemente de idade e suscetibilidade".

O que os cientistas querem descobrir agora é o que protege as mulheres contra as complicações que levam os homens à morte pela covid-19.

Testes de medicamentos

Com base nas constatações epidemiológicas, uma grande equipe multidisciplinar de pesquisadores brasileiros está investigando o papel dos estrogênios, os hormônios femininos, na proteção fisiológica contra o coronavírus.

"Estudos anteriores, realizados com o coronavírus SARS-CoV [causador da síndrome respiratória aguda grave], apontaram diferenças de gênero na infecção e progressão da doença, com maior suscetibilidade de indivíduos do sexo masculino, e indicaram que os estrogênios podiam estar associados à maior proteção fisiológica das mulheres. Queremos testar se o mesmo ocorre com o SARS-CoV-2, o novo coronavírus, para chegar a compostos com potencial terapêutico," detalhou o professor Rodrigo Portes Ureshino, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

A equipe já ultrapassou a etapa de revisão da literatura e entrou na fase experimental propriamente dita. "Infectamos linhagens de células com cepas selvagens de coronavírus e vamos testar nesse modelo mais de 40 compostos com atividade estrogênica para observar os resultados," conta o pesquisador.

Entre os compostos a serem testados, Ureshino destaca o 17β-estradiol (o estrógeno mais abundante no organismo), o tamoxifeno (um modulador seletivo dos receptores estrogênicos) e a agenisteína (um fitoestrógeno). Todos os três já foram utilizados com êxito em modelos de outras doenças virais.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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