12/05/2025

Humanidade poderá ser extinta por... falta de filhos

Redação do Diário da Saúde
Humanidade poderá ser extinta por... falta de filhos
Populações pequenas têm maiores riscos, enquanto populações com maior taxa de nascimento de mulheres podem demorar mais a declinar.[Imagem: Diane Carmeliza N. Cuaresma et al. - 10.1371/journal.pone.0322174]

Taxa de reposição da população

A população humana precisa de pelo menos 2,7 filhos por mulher - uma taxa de fecundidade muito maior do que os cientistas anunciavam até agora - para evitar de forma confiável a extinção da humanidade a longo prazo.

Embora uma taxa de fecundidade de 2,1 filhos por mulher seja frequentemente considerado o nível de reposição necessário para sustentar uma população, esse número não leva em conta as diferenças aleatórias no número de filhos que as pessoas têm, nem as taxas de mortalidade, a proporção entre os sexos e a probabilidade de alguns adultos nunca terem filhos.

Em populações pequenas, essas variações aleatórias podem eliminar linhagens familiares inteiras.

Diane Cuaresma e colegas da Universidade de Shizuoka (Japão) utilizaram modelos matemáticos inéditos e inseriram todos os parâmetros envolvidos que conseguiram detectar, de modo a examinar como essa variabilidade demográfica afeta a sobrevivência das populações ao longo de muitas gerações.

Eles descobriram que, devido às flutuações aleatórias no número de nascimentos, uma taxa de fecundidade de pelo menos 2,7 filhos por mulher é necessária para evitar de forma confiável a eventual extinção - especialmente em populações pequenas.

Uma proporção de natalidade com viés feminino, com mais mulheres nascidas do que homens, reduz o risco de extinção, ajudando mais linhagens a sobreviver ao longo do tempo. Este não é um fator que possa ser controlado por meio de intervenções eticamente aceitas, mas parece que a natureza tem seus próprios truques para isso.

Por que nascem mais mulheres

Esta nova conclusão pode ajudar a explicar um fenômeno evolutivo observado há muito tempo: Sob condições severas - como guerra, fome ou perturbação ambiental - mais fêmeas tendem a nascer do que machos. Isso também sugere que, embora a extinção não seja iminente em grandes populações desenvolvidas, a maioria das linhagens familiares acabará desaparecendo.

Os pesquisadores concluem que a verdadeira sustentabilidade populacional - bem como a sustentabilidade de línguas, tradições culturais e diversas linhagens familiares - exige a reformulação das metas convencionais de fertilidade. Os resultados também têm implicações para os esforços de conservação de espécies não humanas ameaçadas de extinção, para as quais as taxas de fertilidade alvo são estabelecidas.

"Considerando a estocasticidade nas taxas de fertilidade e mortalidade, e nas razões entre sexos, uma taxa de fertilidade superior ao nível de reposição padrão é necessária para garantir a sustentabilidade da nossa população," resumiu Cuaresma.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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