20/01/2012

A ilusão da coragem

Redação do Diário da Saúde

Coragem presente, covardia futura

Tomar uma decisão corajosa parece ser fácil, seja para investir na bolsa, experimentar um bungee-jumping ou fazer um discurso em público.

Mas por que então tantas pessoas fogem apavoradas quando chega a hora da verdade?

A resposta está na "ilusão da coragem", um exemplo de hiato da empatia - nossa inabilidade para imaginar como iremos nos comportar em situações emocionais futuras.

Esta é a explicação dada por Leaf Van Boven e seus colegas da Universidade do Colorado (EUA), em um artigo publicado na revista científica Journal of Behavioral Decision Making.

Hiato da empatia

Segundo a teoria do hiato da empatia, quando o momento da verdade ainda está distante, você ainda não está emocionalmente envolvido com a situação, o que dissipa o medo que você provavelmente experimentará na situação real.

Em uma série de experimentos, os pesquisadores demonstraram que as pessoas superestimam sua disposição em participar de eventos públicos embaraçosos que ainda estão distantes no tempo.

Eles também descobriram que é possível reduzir essa ilusão de coragem induzindo emoções imediatas que efetivamente coloquem as pessoas em contato com o medo que provavelmente experimentarão na situação real - o que foi feito mostrando a eles clips de cenas que induzem medo ou raiva antes que eles tomassem a decisão.

Cautela

Os cientistas afirmam que nem todo o aprendizado que possamos ter tido ao longo de nossa vida com eventos dessa natureza é capaz de superar o hiato da empatia.

Segundo eles, isso tem consequências práticas, expondo as pessoas a situações constrangedoras, ou mesmo perigosas, por decisões que elas mesmas tomaram no passado.

"Sabendo disso, nós podemos ser mais cautelosos em nossas decisões, ou então usar a ilusão da coragem para nos ajudar a assumir riscos que sabemos que valem a pena - mas estando bem certo de que você provavelmente voltará atrás na decisão quando o momento da verdade chegar," disse George Loewenstein, coautor da pesquisa.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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