06/07/2021

Implante inflável na coluna pode tratar dor crônica

Redação do Diário da Saúde

Implante contra dor

Um dispositivo inflável ultrafino foi projetado para tratar as formas mais severas de dor - e sem a necessidade de cirurgia invasiva.

O dispositivo usa uma combinação de técnicas de fabricação robótica, eletrônica e microfluídica, a tecnologia dos biochips.

O aparelho é tão fino - aproximadamente da largura de um fio de cabelo humano - que pode ser enrolado, inserido dentro de uma agulha de seringa e então implantado no espaço epidural da coluna vertebral, a mesma área onde as injeções são administradas para controlar a dor durante o parto.

Uma vez posicionado corretamente, o pequeno aparato é inflado com água ou ar, para que se desenrole como um pequeno colchão de ar, cobrindo uma grande seção da medula espinhal. Quando seus conectores são conectados a um gerador de pulsos, pequenas correntes elétricas são enviadas para a medula espinhal, interrompendo os sinais de dor.

Os primeiros testes confirmam que este é um tratamento eficaz para muitas formas de dor severa - incluindo dores nas pernas e nas costas - que não são curadas com analgésicos. O aparelho também poderá no futuro ser adaptado para um potencial tratamento para paralisia ou doença de Parkinson.

No entanto, testes extensivos e ensaios clínicos serão necessários antes que ele possa ser usado em pacientes.

Implante inflável na coluna pode tratar dor crônica
Detalhe dos eletrodos que disparam os sinais para a medula, já com o dispositivo inflado.
[Imagem: University of Cambridge]

Estimulação da medula espinhal

Embora já existam outros tipos de dispositivos de estimulação da medula espinhal para tratar a dor intensa, os mais eficazes são volumosos e requerem uma cirurgia invasiva, enquanto os dispositivos que podem ser inseridos por laparoscopia são muito menos eficazes no tratamento da dor.

Ao combinar a eficácia clínica dos dispositivos cirúrgicos e a facilidade de implantação dos dispositivos laparoscópicos, o novo aparelho promete ser uma solução eficaz e de longo prazo para a dor intratável, que afeta milhões de pessoas em todo o mundo.

"Nosso objetivo era fazer algo que fosse o melhor dos dois mundos - um dispositivo que seja clinicamente eficaz, mas que não exija uma cirurgia complexa e arriscada," disse o Dr. Christopher Proctor, da Universidade de Cambridge (Reino Unido). "Isso pode ajudar a levar esta opção de tratamento capaz de mudar a vida [dos pacientes] para muito mais pessoas."

A equipe já está trabalhando com um parceiro industrial para desenvolver o aparelho e transformar o protótipo de laboratório em um produto comercial. Eles estimam que os testes em pacientes possam começar dentro de dois a três anos.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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