29/10/2019

Implantes auditivos de última geração são flexíveis

Redação do Diário da Saúde
Implantes auditivos de última geração são flexíveis
O segredo da inovação está em eletrodos flexíveis e totalmente conformáveis ao sistema auditivo. [Imagem: EPFL]

Implante auditivo de tronco cerebral

A mais recente novidade no campo dos implantes auditivos, com eletrodos adaptáveis e flexíveis, promete a reconquista da audição por pessoas com ouvido interno disfuncional. O novo dispositivo está sendo desenvolvido para substituir alguns tipos de implantes auditivos atuais, que apresentam várias deficiências.

Boa parte dos quase meio milhão de pessoas em todo o mundo que sofrem de deficiência auditiva grave dependem dos implantes cocleares e vários outros tipos. No entanto, esses aparelhos não ajudam pessoas cujo ouvido interno está danificado ou cujo nervo auditivo não funciona adequadamente.

Para que esses pacientes recuperem seu senso auditivo, os sinais elétricos devem ser enviados diretamente ao tronco cerebral auditivo. As neuropróteses usadas para esta finalidade são conhecidas como implante auditivo de tronco cerebral, ou ABI, na sigla em inglês (Auditory Brainstem Implant).

No entanto, os resultados dos ABIs são variados e, em muitos casos, os pacientes recuperam apenas a percepção sonora. Além disso, os ABIs clínicos são rígidos e não se ajustam exatamente à curvatura do tronco cerebral auditivo.

Implantes auditivos de última geração são flexíveis
O novo implante flexível (direita) adapta-se perfeitamente ao ouvido interno.
[Imagem: Vachicouras et al - 10.1126/scitranslmed.aax9487]

Implante auditivo flexível

Para resolver esses problemas, a equipe da professora Stéphanie Lacour, da Escola Politécnica Federal de Lausanne (Suíça) desenvolveu uma interface eletrônica flexível.

O implante altamente elástico conforma-se perfeitamente à superfície curva do tronco cerebral auditivo, o que lhe permite enviar sinais elétricos altamente direcionados.

O aparelho já havia sido testado com sucesso em camundongos, e agora foi fabricado em um tamanho adequado para uso humano, e em uma forma compatível com as técnicas cirúrgicas atuais - o implante possui uma área de superfície de apenas 0,25 mm2.

O novo implante consiste em uma matriz conformável de eletrodos de platina envoltos em silicone. "Focamos na platina porque ela já é amplamente utilizada em ambientes clínicos," contou o pesquisador Nicolas Vachicouras.

Infelizmente, a platina é um metal rígido, que não se dobra sem ser danificado. Os pesquisadores superaram também esse obstáculo aplicando a tradicional técnica japonesa de corte de papel, chamada kirigami, gravando um padrão em forma de Y em segmentos de plástico metalizado. Em seguida, eles usinaram o metal na escala de micrômetros (um micrômetro equivale a um milésimo de milímetro), usando técnicas da microfabricação de circuitos integrados. O resultado é um implante de eletrodo altamente condutor e moldável.

Antes mesmo de iniciar os testes clínicos, os pesquisadores já estão de olho em outras aplicações. "As propriedades do nosso dispositivo seriam valiosas para todos os tipos de neuropróteses implantáveis," disse a professora Lacour, "como aquelas usadas para estimular ou registrar a atividade neural na coluna vertebral, cérebro ou mesmo em nervos periféricos".

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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