21/12/2021

Impressão 3D cria equivalente de pele que cura feridas reais

Redação do Diário da Saúde
Impressão 3D cria equivalente de pele que cura feridas reais
O material foi implantado em uma cobaia e cicatrizou de modo melhor que o esperado. [Imagem: Richard J. A. Moakes et al. - 10.1063/5.0061361]

Pele artificial em camadas

Feridas crônicas são difíceis de tratar e, mesmo nos casos em que tudo dá certo, frequentemente a parte superior da lesão cicatriza antes da parte inferior, de modo que a cicatriz "desaba", resultando em tecido cicatricial grosso e redução da função da pele.

Para lidar com essas dificuldades, pesquisadores estão desenvolvendo uma nova abordagem que consiste em imprimir materiais equivalentes à pele.

Um novo material desse tipo conseguiu pela primeira vez simular três camadas de pele: a hipoderme (camada de gordura), a derme e a epiderme.

"Você efetivamente tem três tipos de células diferentes. Todos eles crescem em velocidades diferentes. Se você tentar produzir estruturas de três camadas, pode ser muito difícil fornecer cada um dos requisitos de cada camada diferente," contextualiza o professor Alan Smith, que desenvolveu o novo processo com colegas das universidades de Birmingham e Huddersfield (Reino Unido).

Impressão 3D de pele

Para resolver o problema que o pesquisador descreveu, a equipe usou uma técnica chamada manufatura aditiva de camada suspensa, um tipo de impressão 3D mais conhecida pela sua sigla em inglês SLAM (Suspended Layer Additive Manufacturing).

Eles criaram um material semelhante a um gel para dar suporte à pele artificial torcendo e alterando a estrutura do gel à medida que ele se formava, para criar um leito de partículas que podem então suportar uma segunda fase de injeção de gel.

Durante a impressão, as camadas de pele são depositadas dentro do gel de suporte, que mantém tudo no lugar. Após a impressão, a equipe "lava" o material de suporte, deixando para trás o equivalente em camadas de pele.

Teste da pele artificial

Os pesquisadores testaram o substituto da pele cortando um buraco em um tecido de porco e imprimindo uma pele equivalente para preencher o buraco.

"Nós usamos um corante que nos permitiu quantificar a integração que obtivemos entre o material original e o tecido," disse o pesquisador Liam Grover. "Conseguimos demonstrar alguma integração mesmo após um curto período de tempo."

A equipe não pode avaliar a cicatrização de feridas crônicas com o substituto de pele porque esse processo leva mais tempo do que o seu modelo permitia, que era de apenas 14-21 dias.

No entanto, o próximo passo será testar modelos mais duráveis e apropriados para feridas crônicas profundas. O objetivo de longo prazo é reparar a pele humana e reduzir as cicatrizes de pacientes em todos os cenários, segundo a equipe.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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