Imunoterapia contra câncer tem nova esperança com células inteligentes e duradouras

As novas células atacando uma grande massa tumoral - os pontos marcados em verde são as células tumorais. [Imagem: Longwei Liu.]

Células CAR-T turbinadas

Uma imunoterapia chamada CAR-T é descrita pelos seus defensores como um tratamento promissor para cânceres do sangue. A terapia é feita a partir das células do próprio paciente, por meio das quais as células T do sistema imunológico são coletadas e reprojetadas em laboratório para produzir proteínas em sua superfície, chamadas receptores de antígenos quiméricos, ou CARs.

Mas há muitos problemas, da suspeita de que a imunoterapia CAR-T leve ao desenvolvimento de novos cânceres até o fato de que ela simplesmente não funciona em cerca de metade dos pacientes.

Tentando salvar o conceito, o Dr. Longwei Liu e colegas da Universidade do Sul da Califórnia (EUA) desenvolveram uma espécie de uma "célula imune turbinada", que eles batizaram de célula CAR-T EchoBack.

O nome vem de mecanismos únicos que ecoam a estimulação de ultrassom que as ativa (o "eco" no nome). Além disso, as células têm uma função de feedback única de chamada e resposta (o "back" no nome), permitindo que elas reajam às células tumorais, o que aciona as células CAR-T para ativá-las e sinalizar que elas devem começar a atacar o câncer.

As novas células podem atacar as células tumorais por cinco vezes mais tempo do que células CAR-T comuns, e em uma tecnologia que está pronta para aplicações médicas, segundo a equipe. As células podem ser controladas remotamente para atingir tumores usando ultrassom focalizado, potencialmente tornando os tratamentos mais seguros e mais eficazes.

As novas células foram projetadas com um promotor de choque térmico ultrassensível e um circuito de feedback positivo sintético que reprograma o envolvimento do tumor na ativação das células CAR-T.
[Imagem: Longwei Liu.]

Futuro

Embora as células CAR-T de primeira geração, controláveis por ultrassom, tenham demonstrado segurança significativamente melhorada em comparação à imunoterapia padrão, elas geralmente atacam as células cancerígenas por apenas 24 horas antes de expirar - as novas células funcionam por até cinco dias.

"Você pode imaginar que, quando os pacientes vêm ao hospital usando as células de primeira geração, o paciente pode precisar vir todos os dias para tratamento. Mas, usando a nova geração, o tratamento agora requer muito menos visitas, como uma vez a cada duas semanas, ou até menos frequentemente," disse Liu.

Agora será necessário testar a nova imunoterapia em pacientes humanos, rumo às aplicações clínicas.

"A parte mais emocionante é que as células CAR-T são inteligentes. Elas podem ouvir o ultrassom e sentir as células tumorais. Esses tipos de células CAR-T nunca foram desenvolvidos antes, e estamos ansiosos por seus benefícios para os pacientes no futuro," concluiu Liu.

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