03/07/2019

Como a internet está mudando nossa relação com a realidade

Redação do Diário da Saúde
Pesquisas confirmam que a internet está mudando nossa relação com a realidade
O acesso global à internet pode ser uma faca de dois gumes: além das bolhas de informação que isolam os usuários entre aqueles que pensam de forma parecida, os especialistas têm-se preocupado em como juntar liberdade de expressão, mídias sociais e verdade, principalmente porque as notícias falsas circulam 70% mais que as verdadeiras na internet.[Imagem: Juandavo/Wikimedia]

O mundo a um toque de distância

O uso da internet pode produzir alterações agudas e sustentadas em áreas específicas da cognição, que podem refletir mudanças no cérebro, afetando nossas capacidades de atenção, processos de memória e interações sociais.

Esta é a conclusão de uma revisão dos artigos científicos sobre o assunto que acaba de ser publicada na World Psychiatry, uma das principais revistas de pesquisa psiquiátrica do mundo.

As principais hipóteses sobre como a internet pode alterar processos cognitivos e a medida em que essas hipóteses são fundamentadas pelas descobertas mais recentes da pesquisa clínica, psiquiátrica e de neuroimagem, foram analisadas por uma equipe internacional de pesquisadores, da Universidade de Sydney (Austrália), Universidade de Harvard (EUA), Kings College, Universidade de Oxford e Universidade de Manchester (Reino Unido).

"As principais conclusões deste relatório são que os altos níveis de uso da internet podem realmente afetar várias funções do cérebro. Por exemplo, o fluxo ilimitado de alertas e notificações da internet nos incentiva a manter constantemente uma atenção dividida - que, por sua vez, pode diminuir nossa capacidade de manter a concentração em uma única tarefa.

"Além disso, o mundo on-line agora nos apresenta um recurso excepcionalmente grande e constantemente acessível para fatos e informações, que nunca está a mais do que alguns toques de distância.

"Dado que agora temos a maior parte da informação factual do mundo literalmente ao nosso alcance, isso parece ter o potencial de começar a mudar as maneiras pelas quais armazenamos, e até valorizamos, fatos e conhecimentos na sociedade e no cérebro," disse o Dr. Joseph Firth, coordenador da equipe.

Jovens e crianças

A introdução recente e a adoção generalizada dessas tecnologias on-line, juntamente com as mídias sociais, também são motivo de preocupação para alguns professores e pais. Diretrizes de 2018 da Organização Mundial da Saúde recomendam que as crianças pequenas (de 2 a 5 anos) sejam expostas a no máximo uma hora por dia de tempo de tela.

No entanto, o relatório também descobriu que a grande maioria das pesquisas que examinam os efeitos da internet no cérebro foi realizada em adultos - e, portanto, mais pesquisas são necessárias para determinar os benefícios e desvantagens do uso da internet em jovens e crianças.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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