06/08/2019

Kratom: Planta medicinal que combate opioides também age como opioide

Redação do Diário da Saúde
Kratom: Planta medicinal que combate opioides também age como opioide
A planta medicinal kratom, aqui em sua forma em pó, é largamente utilizada como analgésico. [Imagem: Ingenium/Wikipedia]

Kratom

A erva medicinal kratom é cada vez mais usada para controlar a dor e tratar a dependência de opioides.

Os resultados têm sido bons, mas isso não significa que o uso desse suplemento à base de plantas seja sempre seguro, afirma a equipe do professor William Eggleston, da Universidade Binghamton (EUA).

A kratom é um suplemento de ervas derivado de uma planta aparentada do café, a Mitragyna speciosa, que cresce em todo o sudeste da Ásia.

Já é bem documentado na literatura científica que os produtos químicos ativos na planta atuam sobre os receptores opioides no corpo. Tem havido bons resultados no uso do suplemento para tratar e prevenir a abstinência no uso de opioides (desmame e dependência), tratar o transtorno do uso de opioides ou simplesmente como analgésico, para tratar a dor.

Eggleston então decidiu verificar quais tipos de toxicidades estavam sendo reportados aos Centros de Intoxicações dos EUA, a fim de melhor avaliar se a kratom é segura o suficiente para ser usada em larga escala, sobretudo levando em conta a crescente crise no uso de opioides.

Riscos do uso de kratom

Foram identificadas 2.312 relatos de problemas pela exposição à kratom, com 935 casos envolvendo kratom como a única substância ingerida. Os sintomas indesejáveis mais frequentemente relatados incluem agitação (18,6%), taquicardia (16,9%), sonolência (13,6%), vômitos (11,2%) e confusão (8,1%). Efeitos graves de convulsão (6,1%), abstinência (6,1%), alucinações (4,8%), depressão respiratória (2,8%), coma (2,3%) e uma parada cardíaca ou respiratória (0,6%) também foram relatados.

Como não há dados sobre a quantidade de pessoas utilizando a erva medicinal, não é possível calcular o percentual de risco, assim como é feito com os efeitos colaterais indesejáveis dos medicamentos farmacêuticos. E, embora a larga maioria dos efeitos seja de baixa gravidade, os pesquisadores acreditam que é importante acender uma luz de alerta.

"Embora não seja tão forte quanto alguns outros opiáceos vendidos com receita médica, a kratom ainda age como um opioide no corpo," disse Eggleston. "Em doses maiores, ela pode causar lentidão na respiração e sedação, o que significa que os pacientes podem desenvolver a mesma toxicidade se usassem outro produto opioide. Também é relatado que ela causa convulsões e toxicidade hepática. A kratom pode ter um papel no tratamento da dor e da desordem de uso dos opioides, mas mais pesquisas são necessárias sobre sua segurança e eficácia."

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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