23/11/2018

Lente de contato muda de cor para monitorar tratamentos nos olhos

Redação do Diário da Saúde
Lente de contato muda de cor para monitorar tratamentos nos olhos
Lentes de contato que mudam de cor depois de liberar medicamentos no olho podem ajudar os médicos a determinar se uma medicação está sendo administrada na dose necessária.[Imagem: American Chemical Society]

Lente de contato que muda de cor

Por tudo de bom que fazem, colírios e pomadas têm uma grande desvantagem: é difícil dizer quanto da medicação está realmente tratando os olhos.

A questão é que os olhos são bons em manter as coisas fora deles. Quando algo avança em direção ao olho, as pálpebras piscam e as lágrimas começam a fluir rapidamente para evitar infecções e danos causados por objetos estranhos.

Esses processos são muito úteis, mas podem impedir a absorção de medicamentos quando estes são necessários. Estudos sugerem que menos de 5% das drogas contidas em colírios e pomadas são absorvidas, além do que parte da medicação absorvida acaba na corrente sanguínea, em vez de no próprio olho, causando efeitos colaterais.

Para lidar com essas dificuldades, Dawei Deng e Zhouying Xie, da Universidade Farmacêutica da China, estão desenvolvendo uma lente de contato que muda de cor quando os medicamentos são liberados.

Esse indicador visual pode ajudar os oftalmologistas e os pacientes a determinarem rapidamente se os medicamentos alcançaram a dosagem necessária.

Impressão molecular

A lente de contato com indicador de cor foi fabricada usando impressão molecular, uma técnica que cria cavidades moleculares em uma estrutura de polímero, cavidades estas que podem ser ajustadas de acordo com o tamanho e a forma das moléculas de cada medicamento.

Em experimentos de laboratório, as lentes de contato foram carregadas com timolol, um medicamento usado para tratar o glaucoma. Depois, a equipe expôs as lentes a uma solução de lágrimas artificiais, que foram usadas como substituto porque o dispositivo ainda não está aprovado para ser testado diretamente nos olhos.

À medida que a droga ia sendo liberada, a arquitetura das moléculas próximas às cavidades ia mudando, o que altera a interação da luz com o polímero e, portanto, sua cor. Ou seja, não há corantes envolvidos no processo, reduzindo possíveis efeitos colaterais.

Ainda não há previsão do início de testes da tecnologia em humanos.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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