01/12/2009

Mamografia pode aumentar risco de câncer de mama em grupo de risco

Redação do Diário da Saúde

Prevenção arriscada

A baixa dose de radiação recebida durante os exames anuais de mamografia pode aumentar o risco de câncer de mama nas mulheres com predisposição genética ou familiar a esse tipo de câncer.

Estas conclusões foram apresentadas hoje durante a reunião anual da Sociedade Radiológica dos Estados Unidos.

Risco para mulheres jovens

"Os exames preventivos são muito importantes para as mulheres com alto risco de câncer de mama, mas deve-se ter muito cuidado na realização das mamografias preventivas em mulheres muito jovens, particularmente naquelas abaixo dos 30 anos de idade," disse a Dra. Marijke C. Jansen-van der Weide, da Universidade de Gronigen, na Holanda.

"Mais do que isso, a exposição repetida à radiação de baixa dose deve ser evitada," alerta a médica.

Alternativas à mamografia

As mulheres com alto risco de contraírem câncer de mama precisam começar os exames preventivos mais jovens, porque frequentemente elas desenvolvem o câncer mais cedo do que as mulheres com risco padrão.

Entretanto, de acordo com a Dra. Marijke e seus colegas, as mulheres jovens com predisposição familiar ou genética à doença devem considerar a utilização de métodos alternativos de prevenção, porque o benefício da detecção precoce do câncer nesse grupo de mulheres é superado pelo risco potencial do câncer induzido pela radiação oriunda do próprio exame.

Os exames alternativos à mamografia incluem o ultrassom e a ressonância magnética, mas ambos vêm sendo utilizados em conjunto ou de forma complementar à mamografia.

Controvérsias sobre as mamografias

De acordo com a Sociedade Norte-Americano do Câncer, há fortes evidências sustentando os benefícios da mamografia para as mulheres acima dos 40 anos de idade.

Entretanto, os estudos são conflitantes quando são avaliados os eventuais benefícios da mamografia para mulheres abaixo dos 40 anos.

Os pesquisadores chegaram à conclusão que o exame de mamografia preventiva eleva o risco do câncer de mama em mulheres com alto risco da doença depois de analisar 47 estudos publicados em revistas científicas revisadas por outros pesquisadores.

Embora todos os estudos tenham analisado o risco induzido pela exposição à baixa dose de radiação das mamografias sobre a própria doença, os cientistas selecionaram apenas seis pesquisas como sendo de alta qualidade, representativas e sem problemas metodológicos.

Quatro estudos avaliaram os efeitos da exposição à baixa dose de radiação da mamografia sobre mulheres portadoras das mutações genéticas indicativas de predisposição ao câncer de mama, enquanto os dois outros avaliaram o mesmo efeito sobre mulheres sem o risco genético, mas com histórico familiar de câncer de mama.

Aumento do risco em grupo de risco

Os resultados mostraram que o risco de contrair o câncer de mama é de 1,5 vez maior entre as mulheres dos grupos de risco que se submeteram aos exames preventivos de mamografia.

Entre as mulheres que se submeteram à mamografia antes dos 20 anos, ou que fizeram mais do que cinco mamografias, o risco de contrair a doença foi 2,5 vezes maior do que entre as mulheres que, mesmo pertencendo ao grupo de alto risco, não passaram pelo exame.

Cautela

A pesquisadora alerta que as conclusões somente se aplicam a mulheres com alto risco de contraírem o câncer de mama, seja por predisposições genéticas, seja por histórico familiar. Mulheres com risco normal não foram avaliadas.

Outra ressalva é que os estudos revisados foram feitos com um número pequeno de pacientes, sendo necessários estudos mais amplos para que as conclusões possam ser vistas sem restrição.

Benefícios dos exames preventivos

Em geral, a detecção precoce do câncer de mama, com o início imediato do tratamento, pode melhorar significativamente as chances de sobrevivência. Mais de 90% das mulheres com câncer de mama detectado nos primeiros estágios irá sobreviver.

O estudo indica que, para as mulheres jovens com alto risco da doença, a realização periódica da mamografia deve ser avaliada com cuidado entre a paciente e seu médico, sendo importante pesar os benefícios contra os riscos potenciais do exame.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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