17/06/2019

Manter condenados por crimes leves na cadeia não melhora segurança pública

Redação do Diário da Saúde

Endurecimento da ineficácia

Uma pesquisa científica realizada nos Estados Unidos contrapõe-se frontalmente à adoção de medidas mais duras contra o crime, como sentenças mínimas obrigatórias, e defendem o maior uso de programas de penas alternativas.

Aprisionar pessoas que cometeram assaltos, roubos e crimes semelhantes não afeta se eles cometerão crimes violentos após a sua libertação, de acordo com a pesquisa, publicada na revista Nature Human Behavior.

"Nosso estudo mostra ganhos insignificantes de segurança pública com a prisão de indivíduos que são elegíveis para a liberdade vigiada, e que esses ganhos duram apenas enquanto o indivíduo estiver na prisão," atesta o professor David Harding, da Universidade da Califórnia em Berkeley.

Reincidência

Os pesquisadores procuraram entender se as sentenças de prisão diminuem a probabilidade de os infratores cometerem crimes violentos no futuro, depois do cumprimento da pena.

Eles analisaram os registros de prisão e condenação pós-libertação de mais de 100.000 pessoas que foram condenadas entre 2003 e 2006, e seguiram suas interações com o sistema de justiça criminal até 2015.

A análise se concentrou em casos em que os juízes tinham o poder de condenar os réus à prisão ou à liberdade vigiada. Foram excluídos indivíduos que cometeram crimes violentos extremos, como estupro e assassinato, e que não são elegíveis para a liberdade condicional.

Prevenção da violência

Ao comparar os registros de prisão e condenação pós-libertação dos ex-presos contra a coorte de controle, os pesquisadores constataram que aqueles que estiveram na prisão tinham tanta probabilidade de cometer crimes violentos até cinco anos após sua libertação quanto seus pares em liberdade condicional.

"A lição a se tirar aqui é que a prisão não afeta muito as taxas de criminalidade violenta," disse Harding. "Estamos gastando um monte de dinheiro em aprisionamentos por muito pouco benefício em termos de segurança pública. Nossos resultados mostram que poderíamos encarcerar menos pessoas, [aquelas] condenadas por crimes violentos, e investir as economias em outras formas de prevenir a violência na sociedade."

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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