15/01/2019

Marca-passos para o cérebro impede tremores e convulsões

Redação do Diário da Saúde
Marca-passos para o cérebro impede tremores e convulsões
O objetivo é a prevenção de tremores ou convulsões debilitantes em pacientes com uma variedade de condições neurológicas. [Imagem: Rikky Muller/UC Berkeley]

Marca-passo para o cérebro

Um aparelho neuroestimulador desenvolvido por engenheiros da Universidade da Califórnia em Berkeley (EUA) consegue medir e estimular a corrente elétrica no cérebro ao mesmo tempo, abrindo caminho para tratamentos personalizados para pacientes com doenças como a epilepsia e o mal de Parkinson.

O dispositivo, chamado Wand (sigla em inglês para dispositivo de neuromodulação sem uso de artefatos), funciona como um "marca-passos para o cérebro", monitorando a atividade elétrica do cérebro e emitindo estímulos elétricos quando detecta algo errado.

O objetivo é a prevenção de tremores ou convulsões debilitantes em pacientes com uma variedade de condições neurológicas. Isso é difícil de fazer hoje porque as assinaturas elétricas que precedem uma convulsão ou tremor podem ser extremamente sutis, e a frequência e a força da estimulação elétrica necessária para preveni-las é igualmente delicada - pode levar anos para que os médicos façam os pequenos ajustes para cada paciente a fim de se obter o tratamento ideal.

Já o marca-passos para o cérebro apresentado pela equipe de Berkeley é autônomo e sem fios, o que significa que ele aprende a reconhecer os sinais de um tremor ou convulsão e ajusta os parâmetros de estimulação por conta própria para evitar movimentos indesejados. E como o Wand é um circuito fechado - o que significa que ele pode estimular e gravar os sinais simultaneamente - ele pode ajustar esses parâmetros em tempo real.

O aparelho pode registrar a atividade elétrica em 128 canais, ou 128 pontos no cérebro, em comparação com oito canais em outros sistemas de circuito fechado. Para demonstrar o funcionamento, a equipe o instalou para detectar e retardar movimentos específicos do braço em macacos rhesus.

"Como podemos realmente estimular e gravar na mesma região do cérebro, sabemos exatamente o que está acontecendo quando estamos fornecendo uma terapia," disse o professor Rikky Muller, coordenador da equipe. "No futuro, pretendemos incorporar o aprendizado em nossa plataforma de circuito fechado para construir dispositivos inteligentes que possam descobrir como melhor tratá-lo e evitar que o médico precise intervir constantemente nesse processo."

A equipe prepara-se para, a médio prazo, começar os estudos em humanos.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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