10/02/2022 Marcapasso biônico reproduz oscilações naturais dos batimentos cardíacosRedação do Diário da Saúde
Não é um aparelho muito diferente dos marcapassos atuais, mas ele economiza 20% da energia do paciente.[Imagem: J. Shanks et al. - 10.1007/s00395-022-00911-0]
Variabilidade natural do coração Um marcapasso revolucionário, capaz de restabelecer o batimento naturalmente irregular do coração, está prestes a ser testado em pacientes cardíacos da Nova Zelândia, após testes bem-sucedidos em animais. "Atualmente, todos os marcapassos estimulam o coração metronomicamente, o que significa um ritmo muito constante e uniforme. Mas quando você registra a frequência cardíaca em um indivíduo saudável, você vê que ela está constantemente em movimento," explica o professor Julian Paton, da Universidade de Auckland. De fato, nossa frequência cardíaca está acoplada à nossa respiração, subindo na inspiração e diminuindo na expiração. Doze anos atrás, o professor Paton fez parte de um grupo de cientistas que decidiu investigar a função dessa variabilidade: Eles demonstraram, por meio de um modelo matemático, que essa variabilidade dos batimentos cardíacos economiza energia do corpo. Isso os fez questionar o fato de que os marcapassos impunham um batimento cardíaco metronômico justamente nos pacientes com insuficiência cardíaca, que não dispõem de tanta energia. A equipe então se perguntou: "Por que não estamos dotando-os dessa variabilidade?" Marcapasso quase biônico A equipe não ficou apenas no questionamento: Eles acabam de completar o longo processo de desenvolvimento e teste de um marcapasso capaz de imitar o ritmo variável do coração. Não é um aparelho muito diferente dos marcapassos atuais, mas é dotado de um sistema que monitora a respiração e reproduz as oscilações naturais do coração. "O marcapasso é quase como um dispositivo biônico," compara Paton. "Ele entende os sinais do corpo que informam ao dispositivo quando inspiramos e expiramos." "A outra grande notícia é que temos uma melhoria de 20% no débito cardíaco, que é efetivamente a capacidade do coração de bombear sangue pelo corpo. E 20% é um número significativo," acrescentou o Dr. Rohit Ramchandra, membro da equipe. Os próximos passos já estão em andamento, com planos de recrutar pacientes para um estudo planejado para o final deste ano na Nova Zelândia. Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br URL: A informação disponível neste site é estritamente jornalística, não substituindo o parecer médico profissional. Sempre consulte o seu médico sobre qualquer assunto relativo à sua saúde e aos seus tratamentos e medicamentos. |