20/10/2021

Medicamento vivo trata infecções resistentes a antibióticos

Redação do Diário da Saúde
Imagem de microscópio eletrônico de varredura de células de Mycoplasma pneumoniae, pequenas bactérias naturalmente adaptadas ao pulmão humano.[Imagem: María Lluch/CRG]

Tratamento vivo

Cientistas criaram o primeiro "medicamento vivo" para tratar infecções por bactérias resistentes a antibióticos que podem se desenvolver nas superfícies dos implantes médicos.

Victoria Garrido e seus colegas criaram o tratamento removendo a capacidade de uma bactéria comum de causar doenças e, em vez disso, modificando-a geneticamente para que ela passe a atacar micróbios nocivos.

O tratamento experimental foi testado em catéteres infectados in vitro, ex vivo e in vivo, tratando infecções em todos os três métodos de teste com sucesso - a injeção da terapia sob a pele de camundongos tratou as infecções com 82% de sucesso.

Esta descoberta é um primeiro passo importante para o desenvolvimento de novos tratamentos para infecções que afetam implantes médicos, como cateteres, marcapassos e articulações protéticas. Essas infecções são altamente resistentes aos antibióticos e respondem por 80% de todas as infecções adquiridas em ambientes hospitalares.

Bioterapia viva

O novo tratamento alveja especificamente os biofilmes, colônias de células bacterianas que se unem em uma superfície. As bactérias associadas em um biofilme podem ser até 1.000 vezes mais resistentes aos antibióticos do que as bactérias flutuantes.

As superfícies dos implantes médicos são condições ideais de crescimento para os biofilmes, onde formam estruturas impenetráveis que impedem que os antibióticos ou o sistema imunológico humano destruam as bactérias incorporadas.

"Nossa tecnologia, baseada em biologia sintética e bioterapia viva, foi projetada para atender a todos os padrões de segurança e eficácia para aplicação no pulmão, com as doenças respiratórias sendo um dos primeiros alvos. Nosso próximo desafio é abordar a produção e fabricação em alta escala, e esperamos iniciar os testes clínicos em 2023," disse a professora María Lluch, do Centro Para Regulação Genômica (Espanha), uma das coordenadoras da equipe.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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