01/12/2021

Medicamentos comuns alteram como o vírus da gripe nos atinge

Redação do Diário da Saúde
Medicamentos comuns alteram como o vírus da gripe nos atinge
Alvos celulares diretos e indiretos de 45 componentes ativos de medicamentos comuns. As influências com o vírus da gripe (FLUAV) estão marcadas com círculos pontilhados vermelhos. [Imagem: Aleksandr Ianevski et al. - 10.3390/v13081537]

Interação medicamentosa

A chamada interação medicamentosa sempre preocupou os médicos, mas parece que não são só os medicamentos que influenciam uns aos outros.

Experimentos realizados por pesquisadores em universidades na Noruega, Estônia e Finlândia mostraram que medicamentos comumente prescritos para doenças completamente diferentes podem tornar o vírus da gripe mais ou menos ativo.

Os pesquisadores identificaram várias dessas drogas.

Esta é uma informação importante, uma vez que muitos dos pacientes que morrem de gripe são idosos que muitas vezes dependem desses vários medicamentos.

Interação com o vírus

"Nós primeiro identificamos 45 compostos ativos de drogas diferentes. Em seguida, os testamos para ver se influenciavam o vírus influenza A," conta o professor Denis Kainov, da Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia.

O que ocorre é que esses medicamentos mudam o modo como os vírus reagem com as células.

A equipe descobriu que vários ingredientes ativos podem alterar a forma como o vírus interage com nossas células. Esses ingredientes incluem:

  • Atorvastatina, que reduz os níveis de colesterol no sangue e previne a aterosclerose.
  • Candesartan, que é utilizado para tratar a hipertensão e a insuficiência cardíaca.
  • Hidroxocobalamina, que é usada para tratar a deficiência de vitamina B12.

Todos são medicamentos comumente prescritos, usados para doenças comuns.

Piora ou melhora a doença

Os efeitos dos medicamentos sobre a ação do vírus podem piorar as coisas, mas também podem agir a nosso favor.

"Alguns dos medicamentos amplificam o efeito dos vírus nas células, enquanto outros os amortecem. A resposta depende do alvo dos medicamentos em nossas células. Se o alvo do medicamento for importante para a disseminação do vírus, podemos reduzir a atividade do vírus. Mas, se o alvo do medicamento for parte do sistema imunológico que nos protege dos vírus, e o inibirmos com o medicamento, a atividade do vírus pode aumentar," explicou Kainov.

Mais pesquisas serão necessárias para ver exatamente como cada um dos diferentes medicamentos influencia o desfecho da doença em pacientes reais. "Testes clínicos bem estruturados podem nos dar respostas," disse Kainov.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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