06/03/2020

Meditação deixa marcas no cérebro

Redação do Diário da Saúde
Meditação deixa marcas no cérebro
Esta mesma técnica foi usada por estudantes para reduzir a violência no seu país por meio da meditação em grupo.[Imagem: Maharishi Vedic University/Cambodia]

Efeitos fisiológicos da meditação

Que a prática da meditação tem efeitos positivos no bem-estar psicológico e em várias condições médicas é algo bem documentado pela ciência.

O que uma vertente mais recente de estudos tem demonstrado de maneira substanciada é que esses efeitos estão correlacionados com mudanças mensuráveis no cérebro.

Giulia Avvenuti e seus colegas da Escola de Estudos Avançados de Lucca (Itália) queriam verificar se esses efeitos também acontecem com a técnica conhecida como Meditação Transcendental, que consiste na repetição silenciosa de um som, conhecido como mantra.

Os pesquisadores convidaram 34 voluntários jovens saudáveis e os dividiram em dois grupos. O primeiro praticava a Meditação Transcendental 40 minutos por dia em duas sessões de 20 minutos cada, uma pela manhã e a outra à noite; o segundo grupo não mudou sua rotina diária.

Antes do início da intervenção, os pesquisadores mediram, através de questionários psicométricos, o nível de ansiedade e estresse de todos os participantes, bem como sua capacidade de gerenciar situações estressantes. Cada indivíduo também foi submetido a um teste de ressonância magnética funcional, a fim de medir a atividade cerebral em repouso e alterações na conectividade funcional entre diferentes áreas cerebrais. Após três meses, ao final da intervenção, os mesmos testes foram repetidos.

Efeitos da meditação no cérebro

Os dados mostraram que os níveis de ansiedade e estresse percebidos pelos voluntários que seguiram o programa de meditação reduziram-se significativamente, em comparação com os voluntários que não praticaram meditação.

"A ressonância magnética também mostrou que a redução dos níveis de ansiedade está associada a alterações específicas na conectividade entre diferentes áreas cerebrais, como precuneus, lobo parietal esquerdo e ínsula, que desempenham um papel importante na modulação das emoções e estados internos," detalhou Avvenuti.

"O fato de a meditação transcendental ter efeitos mensuráveis no 'diálogo' entre estruturas cerebrais envolvidas na modulação de estados afetivos abre novas perspectivas para a compreensão das relações cérebro-mente," disse o professor Pietro Pietrini, coordenador da equipe. "Isso também amplia os resultados de pesquisas recentes, que sugerem que terapias medicamentosas e psicoterapia se aproveitam do mesmo mecanismo biológico."

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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