08/04/2020

Uma mente boa leva a um corpo saudável, e não o contrário

Redação do Diário da Saúde
Uma mente boa leva a um corpo saudável, e não o contrário
Exercícios para o cérebro? Pois é, funciona.[Imagem: Mayank Mehta]

Interação entre corpo e mente

A partir dos 50 anos de idade, há um declínio gradual, não apenas na atividade física, mas também nas habilidades cognitivas, uma vez que as duas estão correlacionadas.

Mas qual delas influencia a outra? A atividade física afeta o cérebro ou é o contrário?

Para responder a essa pergunta, pesquisadores da Universidade de Genebra (Suíça) usaram dados de mais de 100.000 pessoas com idades entre 50 e 90 anos, cujas habilidades físicas e cognitivas foram medidas a cada dois anos, durante 12 anos.

"Correlações têm sido estabelecidas entre esses dois fatores, principalmente em termos da memória, mas também em relação ao crescimento e à sobrevivência de novos neurônios," conta o pesquisador Boris Cheval. "Mas ainda não havíamos testado formalmente o que vem primeiro: a atividade física impede um declínio nas habilidades cognitivas ou vice-versa? Era isso que queríamos verificar."

Os resultados mostram que - ao contrário do que se pensava anteriormente - as habilidades cognitivas impedem a inatividade física muito mais do que a atividade física impede o declínio nas habilidades cognitivas.

Isso significa que precisamos priorizar exercícios para o nosso cérebro.

Mente influencia corpo

As habilidades cognitivas foram medidas usando um teste de fluência verbal (nomear o maior número possível de animais em 60 segundos) e um teste de memória (memorizar 10 palavras e recitá-las posteriormente). A atividade física foi mensurada em uma escala de 1 ("Nunca") a 4 ("Mais de uma vez por semana").

Os pesquisadores empregaram esses dados em três modelos estatísticos separados. No primeiro, eles analisaram se a atividade física previa a mudança nas habilidades cognitivas ao longo do tempo; no segundo, se as habilidades cognitivas previam a mudança na atividade física; e no terceiro, eles testaram as duas possibilidades bidirecionalmente.

"Graças a um índice estatístico, descobrimos que o segundo modelo se ajustou mais precisamente aos dados dos participantes," diz Cheval.

O estudo demonstra, portanto, que as capacidades cognitivas preponderantemente influenciam a atividade física, e não o contrário, como a literatura científica postulava até agora, embora ainda não existisse um estudo experimental detalhado, como o que a equipe realizou.

"Obviamente, é um ciclo virtuoso, já que a atividade física também influencia nossas capacidades cognitivas. Mas, à luz dessas novas descobertas, ela o faz em menor grau," ressalta o professor Matthieu Boisgontier.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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