09/10/2023

Bafômetros policiais são inadequados para grande parte da população

Redação do Diário da Saúde
Muitas pessoas são fisicamente incapazes de usar os bafômetros policiais
Grande parte da população saudável não possui capacidade pulmonar para fazer um bafômetro funcionar adequadamente.[Imagem: Miguel Ángel Ramón/Pixabay]

Bafômetros inadequados

Os bafômetros - ou etilômetros - usados pela polícia para verificar o nível de alcoolização dos motoristas podem estar dando resultados incorretos porque são inadequados para um grande percentual das pessoas, afirmam cientistas.

"Embora existam procedimentos atualmente em vigor para recolher amostras alternativas nos casos em que alguém que utilize uma máquina de teste de alcoolemia não forneça uma amostra válida, a crença atual das autoridades é que, a menos que tenham uma doença respiratória, todos deveriam ser capazes de utilizá-las.

"Agora sabemos que isto é falso, portanto é de vital importância que as forças policiais sejam alertadas para o fato de que certos grupos de pessoas têm maior probabilidade de não conseguirem utilizar estas máquinas e, portanto, devem adotar uma aplicação mais equitativa da lei para indivíduos que não estão obviamente obstruindo o curso da investigação e coletam uma amostra alternativa, como um exame de sangue ou urina," alertou o professor Galen Ives, da Universidade de Sheffield (Reino Unido).

O estudo mostrou que os seguintes grupos de pessoas, em estado normal de saúde, simplesmente não conseguem usar adequadamente os bafômetros: Pessoas com idade acima dos 40 anos, pessoas de baixa estatura, mulheres e fumantes.

Pessoas com incapacidade para usar o bafômetro

Os dados analisados pela equipe, envolvendo 280.000 medições coletadas em campo pela polícia, mostraram que esses grupos de pessoas são incapazes de fornecer uma amostra adequada de hálito, necessária para que os equipamentos funcionem e deem respostas confiáveis. Por exemplo, um em cada 38 homens e uma em cada 26 mulheres de baixa estatura mostraram-se fisiologicamente incapazes de fornecer uma amostra de ar expirado comprobatória - o quadro piora com a idade e fumar diariamente duplica o problema.

Embora haja muita variação na capacidade pulmonar entre indivíduos, mesmo com a mesma altura, geralmente quanto maior for a pessoa, maiores tendem a ser seus pulmões. Dado que, em média, as mulheres são menores do que os homens, uma proporção maior delas é suficientemente pequena para não ter a capacidade física necessária para acionar o bafômetro. Em termos de idade, o problema são os efeitos do envelhecimento nos pulmões, tórax e diafragma, como a perda de elasticidade dos tecidos.

A equipe recomenda que as autoridades não confiem plenamente nas máquinas disponíveis hoje no mercado, aceitando os recursos dos motoristas que não conseguiram acionar os dispositivos que lhes são apresentados pela polícia. Este é mais um caso de "ciência forense" que tem pouco de ciência.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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