30/05/2017

Mulheres precisam parar de se submeter a exercícios físicos punitivos

Redação do Diário da Saúde
Mulheres precisam parar de se submeter a exercícios físicos punitivos
Para terem sucesso em suas metas de se exercitarem, as mulheres devem parar de se submeter a exercícios punitivos.[Imagem: CC0 Public Domain/Pixabay]

Expectativas e frustrações

Muitas pessoas entram nas academias para perder peso. E, quando não perdem, sentem-se frustradas e param de se exercitar.

E então, meses ou um ano mais tarde, elas fazem a mesma coisa - e criam um ciclo vicioso que não ajuda a identificar o que pode estar gerando essa motivação de tão curto prazo.

A pesquisadora Michelle Segar, da Universidade de Michigan (EUA), decidiu investigar essa questão mais a fundo e se concentrou no caso específico das mulheres - como as suas expectativas e crenças sobre os exercícios físicos promovem ou prejudicam seu êxito.

"Uma nova compreensão do que realmente motiva as mulheres pode fazer uma enorme diferença em sua capacidade de incorporar com sucesso a atividade física em sua rotina diária - e se divertir fazendo isso," disse Segar.

Exercício ajudando a ser infeliz

Em primeiro lugar, a pesquisadora quis saber o que torna as mulheres mais felizes. Os resultados indicam que, façam exercícios físicos ou não, todas relatam os mesmos ingredientes para se sentirem felizes e bem-sucedidas:

  • Conectar-se e ajudar os outros a serem felizes e bem-sucedidos.
  • Sentirem-se relaxadas e livres de pressões durante seu tempo de lazer.
  • Alcançar metas de tipos diferentes (desde compras de supermercado a objetivos de carreira).

Mas as diferenças aparecem na forma como os exercícios são encarados. As que não se exercitam regularmente têm crenças e expectativas sobre os exercícios físicos que realmente frustram suas definições de felicidade e bem-estar:

  • Elas acreditam que exercício "válido" tem que ser intenso - no entanto, querem se sentir relaxadas durante seu tempo de lazer.
  • Elas se sentem pressionadas para se exercitarem por sua saúde ou para perder peso, mas, mesmo assim, não querem sofrer nenhum tipo de pressão durante seu tempo de lazer.
  • O sucesso vem de alcançar metas, mas suas expectativas sobre o quanto, onde e como elas devem se exercitar significa que não podem atingir essas metas.

"O conflito direto entre o que essas mulheres com baixo nível de atividade física acreditam que devem fazer quando se exercitam, e seu desejo para relaxar e se renovar durante seu tempo de lazer, as desmotivam," disse Segar. "Suas crenças sobre em que consiste um exercício, mais suas experiências negativas, realmente as impedem de ter sucesso e sustentar sua vida fisicamente ativa."

A pesquisadora acrescenta que a ideia de que exercitar-se significa pelo menos 30 minutos de atividade física intensa não conseguiu aumentar a atividade física da população. Na verdade, estudos recentes mostraram que os exercícios que mais consumem calorias são os que exigem o mínimo esforço.

"Na verdade, esta abordagem tradicional poderia prejudicar a motivação aos exercícios. Nosso estudo mostra que esta mensagem entra em conflito com a maioria das experiências e metas que as mulheres determinam para si mesmas," afirmou.

Mulheres precisam parar de se submeter a exercícios físicos punitivos
Exercitar-se deve ser um modo de ser feliz, e não de sofrer.
[Imagem: CC0 Public Domain/Pixabay]

Noções sensatas sobre exercitar-se

As exceções encontradas no estudo estavam justamente entre as participantes mais ativas, que apresentaram ideias mais flexíveis sobre os exercícios. Elas expressaram que "não era o fim do mundo" se tivessem que deixar de se exercitar uma vez ou outra. Elas consideram os exercícios uma "prioridade média," o que tirou a pressão e deixou espaço para outros compromissos quando horários e responsabilidades não batem.

As mulheres fortemente ativas pareciam ter sentimentos mais positivos em relação aos exercícios, em contraste com a maioria das mulheres pouco ativas.

"Há importantes implicações deste estudo sobre como podemos ajudar as mulheres a priorizarem o exercício em sua vida cotidiana," disse Segar. "É preciso reeducá-las para que possam se mover de uma forma que se renovem, em vez de se sentirem esgotadas, e mais efetivamente para que entendam a mensagem de que qualquer movimento é melhor do que nada. Para aumentar a motivação e se tornarem mais ativas, precisamos ajudar as mulheres a desejarem se exercitar, ao invés da sensação de obrigatoriedade."

Os seguintes passos podem ser eficientes:

  • Reeducar as mulheres para o fato de que o exercício pode e deve ser prazeroso.
  • Promover a atividade física como uma forma importante de se conectar com os outros.
  • Reformular a atividade física como um veículo que ajuda as mulheres a se renovarem e ganharem energia para desempenharem melhor suas funções diárias e objetivos.
  • Explicar a atividade física como uma ampla variedade que considera todos os movimentos válidos.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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