Dois terços das mulheres ganham peso demais ou insuficiente na gravidez

Comer por dois? Ouça os conselhos dos nutricionistas durante a gravidez.[Imagem: UMICH/Divulgação]

Ganho de peso gestacional

Em aproximadamente dois terços (68%) das gestações, as mulheres apresentam ganho de peso acima ou abaixo do recomendado, o que está associado a complicações como parto prematuro, recém-nascidos com peso elevado e internação em unidade de terapia intensiva neonatal.

Um número tão elevado, resultado de um estudo envolvendo 1,6 milhão de mulheres, reforça a necessidade do estabelecimento de padrões internacionais para o ganho de peso gestacional saudável, juntamente com medidas de apoio a estilos de vida saudáveis e medidas de saúde pública para melhorar os resultados para mães e bebês em todo o mundo, dizem os pesquisadores.

Ganhar muito ou pouco peso durante a gravidez (conhecido como ganho de peso gestacional ou GPG, que é o crescimento combinado da mãe e do bebê) está associado a riscos aumentados para a saúde tanto da mãe quanto do bebê, neste último caso podendo persistir até a vida adulta.

A maioria dos países utiliza diretrizes sobre ganho de peso gestacional baseadas predominantemente em dados de mulheres brancas em países de alta renda na década de 1980. Portanto, essas diretrizes não refletem a diversidade étnica das populações em contextos de baixa, média e alta renda, nem a crescente disponibilidade de alimentos não saudáveis e outros fatores ambientais que impulsionam tendências globais como o aumento do peso (IMC).

Em resposta a esse problema, a Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou uma iniciativa para desenvolver padrões globais de ganho de peso gestacional saudável, visando definir recomendações ideais de ganho de peso gestacional em diversos contextos. Este novo estudo é fruto desse esforço.

Peso demais ou peso de menos na gravidez

Os pesquisadores analisaram dados de 40 estudos observacionais envolvendo 1,6 milhão de mulheres com 18 anos ou mais, de cinco das seis regiões do mundo definidas pela OMS, que relataram resultados de gravidez de acordo com o IMC e o ganho de peso gestacional (GPG) de 2009 a 2024. Desses 40 estudos, 36 (90%) foram considerados de qualidade suficiente para serem considerados na análise.

Aproximadamente metade (53%) das participantes do estudo apresentava um IMC pré-gestacional saudável, enquanto as demais foram classificadas como abaixo (6%), acima (19%) ou muito acima do peso saudável, ou obesas (22%). Apenas um terço (32%) apresentou ganho de peso gestacional combinado, tanto para a mãe quanto para o bebê, dentro das faixas recomendadas, sendo que 23% ganharam peso abaixo do recomendado e 45% ganharam peso acima do recomendado.

"Nossos resultados informam e apoiam a necessidade de padrões de referência internacionais da OMS para ganho de peso gestacional otimizados e baseados em evidências, fundamentados em dados individuais de pacientes e aplicáveis a toda a gama de IMC em populações globais contemporâneas e diversas. Isso complementará e aprimorará as recomendações atuais e é essencial para sustentar o apoio em múltiplos níveis para melhorar a saúde de mães e bebês em todo o mundo," concluiu a equipe.

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