18/03/2021

Nanobastões de ouro ajudarão no estudo de doenças como Alzheimer e Parkinson

Com informações da Agência Fapesp
Nanobastões de ouro ajudarão no estudo de doenças como Alzheimer e Parkinson
Material nanotecnológico pode ajudar no diagnóstico e tratamento de doenças como Alzheimer, Parkinson e até covid-19.[Imagem: Science/divulgação]

Nanobastões e placas amiloides

Em artigo divulgado na revista Science, pesquisadores da China, Estados Unidos e Brasil descreveram um material nanotecnológico que poderá ser útil na busca de fármacos e testes para diagnóstico precoce de doenças como diabetes, câncer de pâncreas, Alzheimer e Parkinson.

A inovação está em bastões de ouro com dimensões em nanômetros, pouco maiores do que células, por isso chamados nanobastões de ouro.

A novidade está em combinar essas nanopartículas a peptídeos sintéticos semelhantes àqueles que, no corpo humano, formam as chamadas placas amiloides - estruturas relacionadas com o desenvolvimento de diversas doenças, como Alzheimer.

No organismo saudável, os peptídeos amiloides estão presentes como moléculas isoladas, em formato de hélice. Já em indivíduos com Alzheimer, por exemplo, esses peptídeos encontram-se agregados, como folhas planas, formando placas que prejudicam o funcionamento dos neurônios.

Simulando Alzheimer

Normalmente, a formação das placas amiloides - seja em humanos ou em animais usados como modelo de estudo em laboratório - leva muitos meses ou até anos, o que dificulta o teste de novos fármacos.

Os pesquisadores constataram que a interação entre os nanobastões de ouro e os peptídeos amiloides acelera esse processo, permitindo que ele seja mimetizado no laboratório em poucas horas, facilitando seu uso para testar candidatos a medicamentos.

Eles também descobriram que, quando o material sintetizado encontra peptídeos amiloides isolados, com estrutura de hélice e típicos de tecidos saudáveis, a forma como eles absorvem e refletem a luz é diferente da que ocorre quando as moléculas estão agregadas em placas.

Essa propriedade óptica, conhecida como dicroísmo, pode ser explorada no desenvolvimento de instrumentos para diagnóstico precoce de doenças associadas à presença da forma alterada do peptídeo.

As propriedades ópticas também poderão permitir que a plataforma seja futuramente adaptada ao estudo de outras doenças, entre elas a covid-19: Umas das possibilidades é usar o nanomaterial para detectar a proteína de pico do SARS-CoV-2 ou anticorpos induzidos pelo vírus no organismo humano.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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