06/10/2020

Neurônios do cérebro cochicham entre si para manter seus segredos

Redação do Diário da Saúde
Neurônios do cérebro cochicham entre si para manter seus segredos
As células especializadas do cérebro, os astrócitos, reabsorvem rapidamente o glutamato, protegendo a comunicação. [Imagem: ColiN00B/Pixabay]

Segredos entre neurônios

Quando você deseja compartilhar um segredo com um amigo em um ambiente cheio de gente, você pode tentar encontrar um local tranquilo, fechar as portas e proteger a conversa de possíveis bisbilhoteiros.

Cientistas agora descobriram que os neurônios do cérebro também "fecham as portas" para se comunicar. É como se os neurônios cochichassem entre si, garantindo que a comunicação chegue apenas aos ouvidos a que se destinam.

Ocorre que a transmissão dos sinais no cérebro é mais ou menos exclusiva dependendo da situação. Em outras palavras, quantos "ouvintes" uma célula nervosa tem no cérebro é algo estritamente regulado.

A transferência de informações entre os neurônios é feita principalmente quimicamente: Em resposta a um sinal elétrico, a célula transmissora libera um neurotransmissor em uma sinapse, o que pode ser, por exemplo, moléculas de glutamato. Essas moléculas migram através da fenda sináptica para a célula receptora, onde se acoplam a certos receptores e geram uma reação elétrica no neurônio receptor.

Mas as células nervosas do cérebro estão densamente compactadas. Há, portanto, o perigo de que as moléculas não apenas atinjam o neurônio com o qual querem se comunicar, mas também estimulem outros neurônios na vizinhança.

É aqui que as "portas fechadas" entram em ação: As células especializadas do cérebro, os astrócitos, reabsorvem rapidamente o glutamato, protegendo a comunicação até certo ponto.

"Eles fazem isso enviando extensões às sinapses próximas, os chamados processos astrocitários perissinápticos, ou PAPs," explicou o professor Christian Henneberger, da Universidade de Bonn (Alemanha).

Este é um detalhe adicional do processo de comunicação entre os neurônios cerebrais que agora terá que ser monitorado em detalhes para que os cientistas possam descobrir sua utilidade e como os neurônios fazem para selecionar os destinatários dos seus "segredos". Mas a equipe acredita que esse mecanismo pode ser importante para o processo de aprendizagem.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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