25/07/2023

Nova teoria explica melhor como o cérebro armazena memórias

Redação do Diário da Saúde
New theory better explains how the brain stores memories
Esta nova teoria explica melhor eventos envolvendo as memórias de curto e longo prazos. [Imagem: Weinan Sun et al. - 10.1038/s41593-023-01382-9]

Onde ficam guardadas as memórias

Neurocientistas estão propondo uma nova teoria sobre onde no cérebro as informações ficam armazenadas.

Segundo Weinan Sun e colegas do Instituto Médico Howard Hughes e da Universidade College de Londres, o local no cérebro onde as memórias ficam guardadas depende da utilidade dessas memórias.

Essa teoria oferece uma nova forma de entender a consolidação dos sistemas, um processo que transfere certas memórias do hipocampo - onde são inicialmente armazenadas - para o neocórtex - onde residem a longo prazo.

De acordo a visão atual que os cientistas têm da consolidação de sistemas, todas as memórias se movem do hipocampo para o neocórtex ao longo do tempo. Mas essa visão nem sempre se sustenta; pesquisas mostram que algumas memórias residem permanentemente no hipocampo e nunca são transferidas para o neocórtex.

Assim, precisamos de uma teoria melhor.

Generalizações

A proposta consiste em uma teoria matemática das redes neurais na qual as memórias se consolidam no neocórtex apenas se melhorarem a generalização.

As generalizações são construídas a partir dos componentes confiáveis e previsíveis das memórias, permitindo-nos aplicá-las a outras situações. Por exemplo, podemos generalizar certas características das memórias para nos ajudar a entender o mundo, como o fato de que nuvens pesadas são um bom indicativo de chuvas.

Sob esse ponto de vista, a consolidação não copia as memórias de uma área do cérebro para outra, ela cria uma nova memória que é uma generalização das memórias anteriores. A intensidade com que uma memória pode ser generalizada - e não sua idade - determina se ela será consolidada ou se permanecerá no hipocampo.

Isso é diferente das memórias episódicas, que são lembranças detalhadas do passado que têm características únicas, como uma memória individual que temos de ter enfrentado uma chuva particularmente forte sem ter levado o guarda-chuva.

O próximo passo será testar a teoria com experimentos, para ver se ela consegue prever o quanto uma memória será consolidada. Também será necessário testar os modelos de como o cérebro consegue distinguir entre componentes previsíveis e imprevisíveis de memórias específicas para regular a consolidação.

Descobrir como a memória funciona pode ajudar os pesquisadores a entender melhor uma parte integrante da cognição, potencialmente beneficiando a saúde humana e a inteligência artificial, escreveram os autores.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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