21/05/2021

Novas nanopartículas prometem atacar o câncer e doenças genéticas

Redação do Diário da Saúde
Novas nanopartículas prometem atacar o câncer e doenças genéticas
Vantagens dos PACs (conjugados proteína-anticorpo) sobre as outras terapias.[Imagem: S. Thai Thayumanavan]

Nanopartículas contra o câncer

Uma nanopartícula especialmente projetada promete nada menos do que revolucionar o tratamento de doenças, incluindo o câncer.

Uma nanopartícula é uma partícula com dimensão na casa dos nanômetros, que são a milionésima parte do milímetro - são os nanômetros que deram o nome à nanotecnologia.

Os pesquisadores agora usaram o que eles chamam de bionanotecnologia para combinar duas abordagens diferentes para fornecer tratamento mais preciso às células específicas afetadas pelo câncer.

As duas abordagens envolvem (1) a administração de medicamentos que combatem o câncer por meio de produtos biológicos e (2) os chamados conjugados droga-anticorpo (ADCs: antibody-drug conjugates). Cada um tem suas próprias vantagens e limitações.

Os produtos biológicos, como medicamentos à base de proteínas, podem substituir diretamente uma proteína com mau funcionamento nas células. Como resultado, eles têm efeitos colaterais menos graves do que aqueles associados à quimioterapia tradicional. Mas, devido ao seu grande tamanho, eles são incapazes de entrar em células específicas.

Os ADCs, por outro lado, são capazes de atingir células malignas específicas com microdoses de drogas terapêuticas, mas os anticorpos podem transportar apenas uma carga limitada de medicamento. Como os medicamentos são mais tóxicos do que os biológicos, o aumento da dose de ADCs aumenta o risco de efeitos colaterais prejudiciais.

"O que nossa equipe fez foi combinar as vantagens dos produtos biológicos e dos ADCs e lidar com suas fraquezas. É uma nova plataforma para a terapia do câncer," resumiu o professor Khushboo Singh, da Universidade de Massachusetts Amherst (EUA).

Conjugado proteína-anticorpo

A nova abordagem se baseou em uma nanopartícula que a equipe construiu e batizou de "conjugado proteína-anticorpo", ou PAC (protein-antibody conjugate).

"Imagine que os anticorpos nos PACs são o endereço em um envelope, e que a proteína de combate ao câncer é o conteúdo desse envelope. O PAC nos permite entregar o envelope com seu tratamento protegido no endereço correto. Assim, medicamentos mais seguros são entregues para a célula certa - o resultado seria um tratamento com menos efeitos colaterais," descreveu o pesquisador Sankaran Thayumanavan.

No coração do PAC está uma nanopartícula que funciona como um "pincel de polímero", que faz duas coisas: Em primeiro lugar, ele está repleto de anticorpos capazes de localizar células cancerosas individuais; em seguida, o pincel contém uma carga considerável de produtos biológicos, mas também mantém essa dose intacta até chegar ao destino.

A nanopartícula mostrou-se capaz de carregar quatro vezes a dose terapêutica de um ADC típico e, por meio de uma variedade de técnicas, isso poderá ser aumentado muitas vezes, garante a equipe.

A pesquisa representa um marco importante rumo a novos tratamentos do câncer, mas as descobertas também são amplamente aplicáveis e "abrem muitas novas oportunidades na biomedicina, estendendo-se muito além do câncer para todos os tipos de doenças genéticas, ou realmente qualquer anormalidade que ocorra dentro de uma célula humana," finalizou o professor Bin Liu.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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