18/01/2021

Novo tratamento pretende transformar covid-19 em resfriado forte

Redação do Diário da Saúde

Pneumonias diferentes

Um dado que já ficou claro nesse quase um ano de luta contra a pandemia é que a pneumonia da covid-19 é significativamente diferente da pneumonia causada por outras causas.

Em vez de infectar rapidamente grandes regiões do pulmão, o vírus SARS-CoV-2 se instala em várias pequenas áreas do pulmão. Em seguida, ele sequestra as próprias células imunológicas dos pulmões e as usa para se espalhar por todo o pulmão, durante um período de alguns dias ou até semanas, como vários incêndios florestais menores se espalhando por uma floresta.

À medida que a infecção se move lentamente pelo pulmão, ela deixa danos em seu rastro e continuamente alimenta a febre, baixa pressão sanguínea e danos aos rins, cérebro, coração e outros órgãos dos pacientes com covid-19.

Transformar a covid-19 em resfriado forte

As complicações graves da covid-19, em comparação com outras pneumonias, parecem estar relacionadas justamente a esse longo curso da doença, em contraposição a uma doença mais aguda.

A boa notícia é que um grupo de cientistas da Universidade Northwestern (EUA) acaba de descobrir um alvo para o tratamento da pneumonia da covid-19, e um alvo tão promissor que eles já iniciaram um ensaio clínico para avaliar o tratamento.

"Nosso objetivo é tornar a covid-19 leve, em vez de grave, tornando-a comparável a um forte resfriado," disse o Dr. Scott Budinger, membro da equipe.

Impedindo o sequestro do sistema imunológico

Ao analisar células imunológicas dos pulmões de pacientes com pneumonia da covid-19 de uma maneira sistemática, os pesquisadores identificaram alvos críticos para diminuir os danos causados ao pulmão.

Os alvos são as células imunológicas: Os macrófagos e as células T. O estudo sugere que os macrófagos - células normalmente encarregadas de proteger o pulmão - podem ser infectados pelo SARS-CoV-2 e podem contribuir para disseminar a infecção pelo pulmão.

Eles então desenvolveram uma droga experimental para tratar esses alvos. A droga, que já começou a ser testada, "acalma" a resposta inflamatória dessas células do sistema imunológico, permitindo assim o início do processo de reparo no pulmão lesado.

Convivendo com a covid-19

A análise da equipe, e de vários outros especialistas, é que é muito improvável que a covid-19 desapareça, mesmo que grande parte da população seja vacinada.

Em vez disso, a doença deverá se transformar em "endêmica", o que significa que ela estará presente entre a população. Contudo, conforme mais pessoas desenvolvem imunidade mais cedo na vida, será cada vez mais improvável que ela atinja estágios graves, como se vê agora durante a pandemia.

"Os pesquisadores da Universidade Northwestern e de outros lugares já estão prevendo mecanismos pelos quais esse vírus de RNA, que sofre mutação rapidamente, escapará das vacinas atuais. Este estudo nos ajudará a desenvolver tratamentos para reduzir a gravidade do covid-19 naqueles que a desenvolverem," disse Dr. Ben Singer, coordenador da equipe.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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