12/04/2022

O que é preciso para fazer a sociedade mudar para melhor?

Redação do Diário da Saúde
O que é preciso para fazer a sociedade mudar para melhor?
Em vista da confiança excessiva na tecnologia, especialistas têm-se perguntado por que o século 21 parece preferir os apocalipses às utopias.[Imagem: CC0 Public Domain/Pixabay]

Como mudar a sociedade

Muitas pessoas sonham, e algumas delas tentam, fazer a sociedade mudar para melhor. A grande dificuldade está em descobrir boas soluções que possam ser aplicadas em larga escala e, assim gerem grandes mudanças.

Uma nova pesquisa trouxe resultados interessantes que, no mínimo, podem explicar porque isso é tão difícil.

Os resultados indicam que uma mudança social significativa depende da relação entre comportamentos benéficos da população e das políticas públicas.

Simulação do comportamento social

O objetivo da pesquisa, realizada no Canadá, era entender como a sociedade pode realizar grandes mudanças sociais transformadoras.

Laurent Dufresne e seus colegas estudaram um comportamento que beneficia grupos, mas não se espalha sem apoio de políticas - uma medida cara para mitigar os efeitos das mudanças climáticas, por exemplo.

Eles criaram um modelo matemático usando uma combinação inovadora de técnicas epidemiológicas e evolutivas, que simula uma sociedade onde os agentes vivem em grupos e adotam o comportamento benéfico dos pares - comportamento que, nas condições certas, pode se espalhar viralmente, mas não se os custos institucionais forem muito altos.

O modelo considera fatores como a proporção entre adotantes e não adotantes em um grupo; a difusão de comportamentos, tanto dentro do grupo como globalmente; a força das instituições que apoiam o comportamento e facilitam sua disseminação; e o custo dessas instituições.

"Nosso modelo pode ajudar a descobrir como equilibrar os efeitos de baixo para cima e de cima para baixo para que novas soluções possam ser ampliadas [para a escala da sociedade]. Por exemplo, ele pode ajudar a determinar quando devemos promover um comportamento como a compostagem em todo o país para torná-lo a norma ou, ao contrário, quando devemos focar em um projeto-piloto local bem financiado para mostrar os benefícios potenciais da compostagem," explicou Dufresne, professor da Universidade de Vermont.

Participação mais mudança política

Os resultados mostraram que tanto a mudança comportamental quanto a mudança política são necessárias para alcançar uma mudança social em larga escala - e que ambas precisam acontecer juntas.

Embora nenhuma das duas mudanças possa atingir o objetivo sozinha, a mudança de política é especialmente crítica.

Algumas vezes, o comportamento benéfico pode se espalhar demais. Em alguns casos, a disseminação do comportamento para além dos grupos com políticas de apoio pode reduzir seu sucesso percebido e retardar a disseminação da política, limitando assim a mudança social benéfica em geral.

A simulação sugere que projetos que envolvam tanto disseminação viral de comportamentos de baixo para cima, quanto mudanças de política de cima para baixo, podem ser o melhor tipo de solução para grandes questões de sustentabilidade, como mudanças climáticas, porque servem como exemplo e podem se espalhar entre grupos para influenciar grandes mudanças.

"Por exemplo, digamos que um estado queira difundir a participação em uma nova lei de compostagem orgânica que beneficiaria as cidades," explicou Timothy Waring, membro da equipe. "Para fazer o sistema funcionar, o lixo coletado deve ser material puramente orgânico. Mas contribuir com lixo orgânico puro exige esforço das famílias, então o comportamento não decola sozinho. Este é um problema comum para a implementação de políticas. Mas, se as cidades experimentarem com sistemas para ajudar a apoiar e disseminar o comportamento, os programas bem-sucedidos da cidade podem se espalhar entre as cidades, juntamente com as contribuições das famílias, resultando em mudanças efetivas e em larga escala."

A equipe pretende agora aplicar esses tipos de modelos a diversos tipos de mudanças sociais benéficas, particularmente o desafio de enfrentar as mudanças climáticas.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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