10/08/2011

Olho de mosca ajuda a compreender cérebro humano

Redação do Diário da Saúde
Olho de mosca ajuda a compreender cérebro humano
Um dos grandes desafios da pesquisa é que não existem no mercado equipamentos para estudar neurônios, nem de moscas e nem de humanos. [Imagem: Ag.USP]

Do simples ao complexo

Cientistas estão estudando o cérebro de moscas para tentar decifrar o funcionamento do cérebro humano.

Analisar como a transmissão se processa em estruturas mais simples, como moscas, pode auxiliar no entendimento de estruturas mais complexas.

"Um único neurônio já pode ser considerado um sistema complexo", explica Lírio Onofre de Almeida, do Instituto de Física de São Carlos (IFSC), da USP.

"Partimos do pressuposto de que, uma vez compreendidos mecanismos mais simples, pela similaridade entre organismos, poderemos decodificar como o processamento de informações ocorre no cérebro humano," afirma.

Processamento cerebral

Os estudos, feitos com a espécie Chrysomya megacephala, poderão fornecer indícios que ajudem a decodificar como o processamento de informações ocorre no cérebro humano.

"A reação de uma mosca é extremamente rápida, por isso o interesse em estudá-la", justifica Lírio.

Nos animais vertebrados e invertebrados existem duas formas de transmissão de informações: pulsos elétricos, que fazem isso de maneira muito rápida, e neurotransmissores, que o fazem de um modo mais lento.

O tempo de processamento do sistema visual da mosca é da ordem de 30 milissegundos (30×10-3s) e o neurônio desse sistema tem um tempo de recuperação (descanso entre um pulso e outro) da ordem de 2 milissegundos (2×10-3s).

"Poucos pulsos são suficientes para se codificar e processar o estímulo visual apresentado para a mosca. Através de ferramentas matemáticas e computacionais estes dados são analisados", conta o pesquisador.

Interfaces neurais

Um dos grandes desafios da pesquisa é que não existem no mercado equipamentos para estudar neurônios, nem de moscas e nem de humanos.

"A precisão para geração dos estímulos e a aquisição de dados dos sinais neurológicos exige equipamentos especiais, não disponíveis no mercado. Métodos computacionais, nesse aspecto, são fundamentais para trazer essa exatidão", conta Lírio.

O desenvolvimento desses aparelhos está rendendo frutos promissores no campo das interfaces neurais, com a possibilidade de desenvolvimento, no futuro, de equipamentos voltados para o controle de equipamentos apenas pelo pensamento e de auxílio ao movimento de pessoas com paralisia causada por acidente.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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