30/01/2015

Questionada origem genética da asma

Redação do Diário da Saúde

Genética da asma

Alguns estudos apontaram que mutações genéticas raras poderiam explicar a asma, mas parece que essas mutações não desempenham um papel tão importante quanto lhes foi creditado.

Analisando as regiões codificantes do genoma de mais de 11.000 indivíduos, pesquisadores da Universidade de Chicago (EUA) identificaram mutações em apenas três genes que se mostraram associadas com o risco de asma.

Contudo, cada um desses genes foi associado com o risco de etnias específicas, mas não da população em geral, sugerindo lacunas na interpretação atual da "genética da asma".

Somente mutações nos genes GRASP, GSDMB e MTHFR apresentaram uma ligação estatística com o risco de asma. Mas as mutações nos dois primeiros foram identificadas principalmente em indivíduos latinos, e as mutações no último gene foram identificadas principalmente em indivíduos com ascendência africana.

Herdabilidade perdida

Apesar da suspeita de uma ligação entre a genética e asma, as mutações genéticas comumente encontradas respondem por apenas uma pequena parte do risco de desenvolver a doença - um problema conhecido como "herdabilidade perdida", ou "hereditariedade perdida".

Os cientistas acreditavam que mutações genéticas raras e de baixa frequência poderiam explicar a hereditariedade perdida, mas parece que elas não desempenham um papel importante, conforme o estudo agora publicado na revista Nature Communications.

Devido à natureza disseminada da asma - 16 milhões de pessoas no Brasil e 25 milhões nos EUA, por exemplo -, a maioria dos estudos das bases genéticas da doença inicialmente centravam-se em mutações de ocorrência comum, conhecidas como variantes genéticas. No entanto, embora numerosas dessas variantes tenham sido identificadas, elas representam apenas uma pequena proporção do risco para o desenvolvimento da asma hereditária.

Hereditariedade versus ambiente

Então as atenções se voltaram para as mutações raras, encontradas em menos de 5% da população, mas essa explicação agora também foi descartada pela equipe, que prefere apontar o dedo para o ambiente.

"Os estudos anteriores provavelmente superestimaram a hereditariedade da asma," disse a Dra. Carole Ober, uma das autoras do estudo. "Isso pode ser porque essas estimativas são baseadas em correlações entre os membros da família, que compartilham não apenas os genes, mas também o ambiente, o que pode inflar a importância da hereditariedade."

"As interações gene-ambiente não foram consideradas nestes estudos de associação em larga escala, e nós sabemos que eles são particularmente importantes no estabelecimento de riscos individuais para a asma," concluiu Ober.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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