24/02/2021

Percepção da passagem do tempo está relacionada ao sentido do tato

Redação do Diário da Saúde
Percepção da passagem do tempo está relacionada ao sentido do tato
Cientistas estão sugerindo que nossa percepção do tempo está ligada ao sentido do tato.[Imagem: Chenspec/Pixabay]

Percepção do tempo

Se você acha que a ideia de que o tempo está passando rápido demais é uma exclusividade da nossa época, saiba que esse é um assunto discutido desde os antigos filósofos gregos.

O fato é que não sabemos como lidamos, ou sequer como percebemos, o tempo.

"O desafio que a percepção do tempo representa para a neurociência reside, antes de mais nada, no fato de não existirem receptores dedicados - a passagem do tempo é uma experiência sensorial construída sem sensores," observa o professor Mathew Diamond, do Instituto Sissa (Itália).

"Pode-se imaginar um relógio preciso no cérebro, uma espécie de cronômetro que registra o início e a parada e calcula o tempo decorrido entre dois instantes. Mas décadas de pesquisa não encontraram nenhum mecanismo cerebral semelhante a um cronômetro. Acreditamos que compreender os sistemas sensoriais pode ser a chave para entendermos a noção de tempo," acrescentou.

Percepção do tempo e tato

Assim, Diamond e seu colega Alessandro Toso abordaram o problema de uma forma diferente, usando um sentido bem conhecido e fácil de testar: o tato.

E eles acreditam ter colhido dados para elaborar uma nova teoria: A de que nossa percepção do tempo estaria vinculada ao sentido do tato.

"Nós treinamos humanos e ratos para comparar as durações de duas vibrações táteis. A principal pista que leva à nova teoria é que a duração percebida de uma vibração aumenta não apenas em relação ao tempo real decorrido, mas também em relação à intensidade da vibração. Em outras palavras, os voluntários (de ambas as espécies) sentem que uma vibração mais forte dura mais tempo," disse Toso.

Acumulador de tempo

A equipe está propondo um modelo em que a experiência do tempo decorrido que acompanha um estímulo é gerada quando a representação neuronal do próprio estímulo é coletada e somada por um "acumulador", um circuito em que os estímulos temporais iriam se somando para dar a sensação de passagem do tempo.

Este modelo explicaria ambas as características do sentido do tempo: um estímulo é julgado como mais longo quando de fato é mais longo, mas também quando sua intensidade mais alta evoca uma resposta sensorial maior.

Agora eles pretendem continuar a pesquisa para tentar encontrar o tal "acumulador de tempo".

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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