03/03/2016 Especialistas divergem sobre perímetro cefálico para microcefaliaCom informações da Agência BrasilPerímetro cefálico Os cientistas ainda não conseguiram chegar a um consenso sobre a dimensão do perímetro cefálico dos recém-nascidos que deve ser adotado para o diagnóstico da microcefalia. Segundo César Victora, da Universidade Federal de Pelotas, mais de 200 mil crianças saudáveis nascem todos os anos com o perímetro da cabeça menor que 32 centímetros, medida atualmente preconizada pelo Ministério da Saúde para ambos os sexos. Os dados estão em um artigo publicado na revista médica The Lancet, que sugere que o ponto de corte do perímetro cefálico seja 30,7 centímetros (cm) para meninos e e 30,3 cm para meninas. O Ministério da Saúde já estava ciente do problema e promete mudar o ponto de corte adotado até agora. Mas os valores citados por membros do Ministério são de 31,9 cm para meninos e 31,5 centímetros para meninas. "Muita criança normal tem cabeça pequena, há uma variabilidade natural do tamanho da cabeça, assim como existem crianças mais altas e mais baixas, mais gordas e mais magras. Quando se usa um ponto de corte para o perímetro cefálico de tamanho muito elevado, se classificam muitas crianças normais como se fossem casos suspeitos e essas crianças passam por uma série de exames desnecessários," defendeu César Victora. Exames com radiação Para o especialista, um ponto de corte alto pode submeter os recém-nascidos desnecessariamente a uma alta carga de radiação. Victora sugere que os recém-nascidos com medidas entre o ponto de corte preconizado no estudo e os 32 centímetros usados atualmente devem ser acompanhadas por especialistas, mas sem a necessidades de exames com radiação. O último boletim divulgado pelo Ministério da Saúde confirmou 641 casos de microcefalia possivelmente associados ao vírus zika e outras alterações do sistema nervoso, sugestivos de infecção congênita. Outros 4.222 casos suspeitos estão sendo investigados em todo o país. Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br URL: A informação disponível neste site é estritamente jornalística, não substituindo o parecer médico profissional. Sempre consulte o seu médico sobre qualquer assunto relativo à sua saúde e aos seus tratamentos e medicamentos. |