17/07/2020

Pessoas preferem números redondos mesmo quando número quebrado traz notícia melhor

Redação do Diário da Saúde
Pessoas preferem números redondos mesmo quando número quebrado traz notícia melhor
As pessoas acham os números não redondos dissonantes e difíceis de comparar.[Imagem: Kamalakannan PM/Pixabay]

Percepção dos números

Considere o seguinte cenário hipotético: Num futuro que não se deseja muito distante, cientistas anunciam uma vacina para o novo coronavírus com 91,27% de eficácia.

No dia seguinte, outra equipe anuncia outra vacina, com 90% de eficácia.

Pode parecer difícil de acreditar, mas o público tenderá a julgar que a segunda vacina é mais eficaz do que a primeira. Por que? Porque as pessoas gostam mais de números redondos.

Assim, se quiserem aumentar a probabilidade de que as pessoas busquem a vacina de melhor resultado, as autoridades de saúde poderão ter que "rebaixar" sua eficácia, e anunciá-la como chegando aos 90%.

Todas essas considerações e recomendações estão sendo feitas pelo professor Gaurav Jain, do Instituto Politécnico Rensselaer (EUA), que pesquisa há anos como as pessoas tomam decisões com base na maneira como as informações lhes são apresentadas.

Número redondo versus número quebrado

Durante décadas, os pesquisadores desse campo se concentraram nos atributos, nos adjetivos e em outras palavras que descrevem o que está sendo avaliado, medido ou vendido.

O professor Jain decidiu examinar os números usados por si mesmos.

Usando seis conjuntos de dados com mais de 1.500 voluntários, ele e sua equipe consideraram o que aconteceria com a percepção das informações quando números específicos - "quebrados", não arredondados - eram usados.

A pesquisa mostrou que as pessoas acham os números não redondos dissonantes e difíceis de comparar. Como não é fácil compreender o número, as pessoas tendem a comparar o número não redondo com um padrão ideal de fácil compreensão - como 100%.

Assim, como o número específico não corresponde ao ideal, as pessoas o percebem negativamente.

"Os números têm uma linguagem e dão percepções não numéricas," disse Jain. "Quando usamos números específicos, as avaliações diminuem. Não havia motivo aparente para esse tipo de comportamento, e isso foi incrivelmente surpreendente".

Talvez não tão surpreendente, uma vez que pesquisas desse tipo historicamente levaram as lojas a oferecer preços terminados em 99 centavos, portanto antes de chegar ao próximo número redondo, passando a impressão de que o produto é mais barato do que é de fato.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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