11/03/2013

Planta amazônica possui composto anticancerígeno

Com informações do INPA
Planta amazônica possui composto anticancerígeno
A planta pertence à família Rubiaceae, a mesma do café, e possui um fruto comestível. [Imagem: INPA]

Parente do café

Uma pesquisadora brasileira descobriu em uma planta amazônica uma substância com potencial para atuar como medicamento anticancerígeno.

A substância, um alcaloide com potencial anticancerígeno, foi extraída da planta Duroia macrophylla, popularmente conhecida como puruí-grande-da-mata.

A espécie pertence à família Rubiaceae, a mesma do café, e possui um fruto comestível, mas não muito consumido.

A descoberta foi feita por Cecília Veronica Nunez, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA).

"Esse alcaloide específico mostrou atividades sobre células tumorais de leucemia humana, adenocarcinoma gástrico [câncer de estômago] e melanoma [câncer de pele]", disse Cecília. "Isso, por enquanto, em linhagens em células, ou seja, o ensaio in vitro. Ainda precisamos realizar os ensaios de todas as etapas pré-clínica e clínica."

De acordo com a pesquisadora, pela alta atividade que a substância apresentou e pela baixa toxicidade em células sadias, "existe um potencial muito grande. Mas é prematuro dizer para já se utilizar a planta [em tratamentos contra o câncer]", ponderou.

Bioprospecção

Ainda em andamento, a pesquisa está dividida em duas frentes: a primeira é o estudo da planta para encontrar outros alcaloides minoritários com possíveis atividades ainda maiores. A segunda é a tentativa de obtenção da cultura de células da planta para uma produção maior do alcaloide, já que a planta o produz em pequena quantidade, exigente concentração do composto para passar às etapas in vivo.

A técnica, conhecida como bioprospecção, consiste na coleta do material biológico, preparação de extratos e avaliação em diversos ensaios biológicos.

"Foi muito trabalhoso realizar o isolamento e a identificação estrutural do alcaloide, mas foi muito bom poder encontrar uma substância com esse potencial", observou Cecília.

Segundo ela, esse é o primeiro estudo químico realizado com a planta. "Ela forneceu um alcaloide inédito na literatura. Já existe o esqueleto, mas a posição como a estrutura está ligada é inédita, então ainda tem muita coisa a ser descoberta", afirmou.

O INPA já patenteou a descoberta, preparando-se para acordos com outras instituições ou empresas para aprofundar os estudos com vistas ao desenvolvimento de um medicamento.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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