09/05/2016

Poluição fina não causa só câncer de pulmão

Redação do Diário da Saúde
Poluição fina não causa só câncer de pulmão
Tem havido também uma preocupação crescente com a poluição causada pelas nanopartículas, cujas dimensões são medidas em nanômetros - 1.000 vezes menores do que os micrômetros.[Imagem: Wikipedia]

A exposição a longo prazo a poluentes ambientais está associada com um maior risco de mortalidade por vários tipos de câncer.

Sempre se soube que poluição não faz bem, mas os riscos para a saúde da exposição prolongada ao material particulado fino parecem ser mais complexos do que se pensava e afetar as pessoas de formas diferentes.

A conclusão é de especialistas das universidades de Birmingham (Reino Unido) e Hong Kong, que publicaram os resultados na Cancer Epidemiology, Biomarkers & Prevention, uma revista da Associação Norte-Americana para Pesquisas do Câncer.

Material particulado

Material particulado é o termo usado para descrever as partículas encontradas no ar, incluindo hidrocarbonetos e metais pesados produzidos por veículos, fábricas e usinas termoelétricas, entre muitas outras fontes.

Os pesquisadores estão particularmente interessados no material particulado muito fino, no qual as partículas têm com um diâmetro inferior a 2,5 micrômetros (PM2,5). Recentemente se demonstrou que essa poluição fina durante a gravidez aumenta o risco de autismo nas crianças.

O que se descobriu agora é que, para cada 10 microgramas por metro cúbico (µg/m³) de aumento à exposição à PM2.5, o risco de morrer de qualquer tipo de câncer aumenta em 22%.

No caso de doenças específicas, esse aumento está associado com um risco 42% maior de mortalidade por câncer no trato digestivo superior e um risco 35% maior de mortalidade por câncer nos órgãos digestivos acessórios, que incluem o fígado, vias biliares, vesícula biliar e pâncreas.

Homens e mulheres

Para as mulheres, a cada 10 µg/m³ de aumento à exposição à PM2.5 há um risco 80% maior de mortalidade por câncer de mama. Para os homens houve um aumento do risco de 36% de morrer de câncer de pulmão.

"A exposição prolongada a partículas tem sido associada com a mortalidade, principalmente, de causas cardiopulmonares e câncer do pulmão, mas tem havido alguns estudos que mostram uma associação com a mortalidade por outros tipos de câncer. Nós suspeitamos que estas partículas podem ter um efeito equivalente sobre os cânceres em outras partes do corpo," resumiu o professor Thuan Quoc Thach, coordenador do estudo.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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