15/01/2013

Por que as meninas saem-se melhor na escola?

Redação do Diário da Saúde
Por que as meninas saem-se melhor na escola?
"Como você provavelmente pode imaginar, a grande maioria dos professores do ensino fundamental é composta de mulheres."[Imagem: Wikimedia/Ravindraboopathi]

Estratégias de aprendizagem

Por que as meninas obtêm melhores notas na escola do que os meninos - ainda que tenham um pior desempenho em exames padronizados?

Uma nova pesquisa sugere que é por causa de seu comportamento na sala de aula, o que pode levar o professor a atribuir notas mais altas às meninas do que aos seus colegas do sexo masculino.

Mas o sexo dos professores pode ter seu papel nessa discrepância.

"A habilidade que mais importa em relação à forma como os professores classificam seus alunos é o que chamamos de 'abordagens para com o aprendizado'," explica o Dr. Christopher Cornwell, que realizou o estudo com colegas das universidades da Geórgia e Colúmbia (EUA).

"Você pode pensar em 'estratégias de aprendizagem' como uma medida aproximada da atitude de uma criança para com a escola: ela inclui seis itens que avaliam a atenção da criança, a persistência na execução de tarefas, a vontade de aprender, a independência na aprendizagem, a flexibilidade e a organização. Eu acredito que quem é pai de meninos e meninas pode dizer que as meninas são melhores em todos esses itens," completa o pesquisador.

Habilidades não cognitivas

O estudo analisou o desempenho em testes padronizados em três categorias - leitura, matemática e ciências - ligando os resultados dos testes com as avaliações dos alunos feitas pelos professores, tanto em nível acadêmico quanto de forma mais ampla.

Os dados mostram, pela primeira vez, que as disparidades de gênero na avaliação dos professores começam cedo e favorecem as meninas de maneira uniforme.

Em todas as áreas temáticas, os meninos são avaliados pelos professores em graus abaixo de onde suas notas poderiam prever.

Os pesquisadores atribuem esse desalinhamento ao que eles chamaram de habilidades não cognitivas, ou "quão bem cada criança se engaja nas atividades em sala de aula, quantas vezes a criança exterioriza ou interioriza problemas, quão frequentemente a criança perde o controle e quão bem a criança desenvolve habilidades interpessoais."

As conclusões são reforçadas pelo fato de que os meninos que apresentam um comportamento em sala de aula mais comparável ao comportamento das meninas têm notas mais parecidas com as de seus testes objetivos padronizados.

Efeitos de longo prazo

Essa diferença na avaliação de meninos e meninas pode ter efeitos a longo prazo na educação e no desenvolvimento das crianças, relata Cornwell, indo até sua fase adulta.

"A trajetória na qual as crianças se movem na vida escolar é muitas vezes influenciada pela avaliação de seu desempenho feita pelos professores, ou por suas notas. Isso afeta sua capacidade de entrar em salas avançadas e outros tipos de oportunidades acadêmicas, até mesmo oportunidades além do nível médio," disse ele.

"Tipicamente, são também as notas que você recebe na escola que têm maior peso na admissão na faculdade. Então, se as disparidades emergem assim tão cedo, não é surpreendente que, quando as crianças estiverem prontas para ir para a faculdade, as meninas estarão melhor posicionadas," continua.

Sexo dos professores

O que ainda não está claro, no entanto, é como combater essa discrepância.

"A pergunta mais comum que temos ouvido é se o sexo dos professores importa em relação à avaliação dos alunos," conta Cornwell. "Mas essa é uma pergunta que não podemos responder porque simplesmente não há dados suficientes disponíveis. Como você provavelmente pode imaginar, a grande maioria dos professores do ensino fundamental é composta de mulheres."

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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