25/09/2023

Primeiro microrrobô do mundo que navega entre as células individuais

Redação do Diário da Saúde
Primeiro microrobô do mundo que navega entre as células individuais
Os microrrobôs poderão ser usados do câncer à cura de ferimentos. [Imagem: Philipp Harder et al. - 10.1002/adhm.202300904]

Microrrobôs

Pesquisadores alemães desenvolveram o primeiro microrrobô do mundo capaz de navegar dentro de grupos de células e estimular células individuais.

Os robôs são redondos, têm metade da espessura de um fio de cabelo humano, contêm nanobastões de ouro e corante fluorescente e são revestidos com um biomaterial obtido das algas. Como são pequenos demais para ter motores e baterias, eles são acionados pela luz de um laser, que lhes fornece a energia para que eles se movam entre as células.

Juntamente com a capacidade de encontrar o caminho até células individuais, eles foram projetados para aquecer a localização de células individuais ou grupos de células, podendo "ativar" essas células ou até mesmo destruí-las.

Outra funcionalidade importante é que, além de poderem ser aquecidos, os microrrobôs também sentem o calor à sua volta, indicando continuamente sua temperatura, o que lhes permite funcionar como uma ferramenta de diagnóstico.

"Pela primeira vez no mundo, desenvolvemos um sistema que não apenas permite que microrrobôs naveguem por grupos de células; eles podem até estimular células individuais através de mudanças de temperatura," disse a professora Ozkale Edelmann, da Universidade Técnica de Munique.

Primeiro microrobô do mundo que navega entre as células individuais
O processo de fabricação dos robôs é muito simples.
[Imagem: Philipp Harder et al. - 10.1002/adhm.202300904]

Fabricação e outros usos

Os microrrobôs são fabricados dentro de chips microfluídicos, verdadeiros microlaboratórios do tamanho de um circuito integrado de computador. Um biomaterial é injetado através de um canal localizado no lado esquerdo do chip. Um óleo com componentes específicos é então adicionado de cima e de baixo através de canais com diâmetro de 15 a 60 micrômetros, e os robôs já prontos surgem à direita.

"Isso torna possível fabricar até 10.000 microrrobôs em um único lote," disse Philipp Harder, membro da equipe.

A temperatura é um mecanismo interessante a ser explorado porque mesmo pequenas variações podem ser suficientes para influenciar processos celulares. "Quando a pele é ferida, por exemplo através de um corte, a temperatura corporal aumenta ligeiramente, fazendo com que o sistema imunológico seja ativado," explicou Edelmann, que pretende usar a estimulação térmica dos microrrobôs para curar feridas mais rapidamente.

A equipe também já está trabalhando em pesquisas para o uso dos microrrobôs para eliminar células cancerígenas - as células tumorais morrem a temperaturas ao redor de 60 °C. O efeito também poderá ser usado para tratar arritmia cardíaca e depressão.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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