06/01/2020

Prontuários eletrônicos estão deixando os médicos doentes

Redação do Diário da Saúde

Registro Eletrônico em Saúde

A transição para os registros eletrônicos de saúde (RESs) deveria melhorar a qualidade e a eficiência dos cuidados de saúde para médicos e pacientes.

Mas essas tecnologias obtiveram uma classificação 'F' em termos de usabilidade pelos profissionais de saúde e podem estar contribuindo para taxas de desgaste profissional entre os médicos que atinge o nível de uma Síndrome do Esgotamento Profissional, de acordo com uma avaliação realizada na Universidade de Yale (EUA).

Em comparação, em termos de usabilidade, o mecanismo de busca do Google ganhou um "A" e os caixas eletrônicos um "B" em estudos semelhantes, mas separados. Os RESs (registros eletrônicos de saúde) obtiveram a mesma nota que o programa de planilha Excel, que também obteve um "F", o que significa que ambos exigem uma longa curva de aprendizado.

"Uma pesquisa no Google é fácil. Não há muito aprendizado ou memorização; e não é muito propenso a erros. O Excel, por outro lado, é uma plataforma superpoderosa, mas você realmente precisa estudar como usá-lo. Os RESs imitam isso," disse o professor Edward Melnick, coordenador da análise.

Esgotamento profissional dos médicos

O estudo observou que os médicos passam de uma a duas horas ocupados com os RESs e outros trabalhos de mesa para cada hora gasta com os pacientes, e um adicional de uma a duas horas diárias de tempo pessoal em atividades relacionadas aos prontuários eletrônicos.

Levantamentos recentes estabeleceram uma taxa de Síndrome do Esgotamento Profissional (burnout) de 43,9% entre os médicos, uma queda em relação aos 54,4% de 2014, mas ainda preocupantemente alta, disseram os pesquisadores. A mesma pesquisa constatou que o esgotamento da população em geral foi de 28,6% - ambos os dados referem-se aos EUA.

"Há 10 anos, os médicos ainda tomavam notas escritas," disse Melnick. "Agora, há uma grande quantidade de entrada de dados estruturados, o que significa que os médicos precisam verificar um bocado de caixas. Muitas vezes, esses dados estruturados fazem muito pouco para melhorar o atendimento; em vez disso, são usados para cobrança. E procurar pelas informações de outro médico ou o resultado de um exame específico no prontuário de um paciente pode ser como tentar encontrar uma agulha no palheiro. As caixas podem ter sido marcadas, mas a história e as informações do paciente foram perdidas no processo."

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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