29/10/2015

Proteína da malária ajuda a matar células do câncer

Redação do Diário da Saúde

Conexões inesperadas

Um novo tipo de terapia desenvolvida com base em elementos aparentemente não relacionados entre malária, mulheres grávidas e o câncer está mostrando resultados promissores no combate a tumores.

Ao tentar descobrir por que as mulheres grávidas são particularmente suscetíveis à malária, pesquisadores das universidades de Colúmbia Britânica (Canadá) e Copenhague (Dinamarca) descobriram que o parasita da malária, transmitido por um mosquito, produz uma proteína chamada VAR2CSA, que se liga a um determinado tipo de molécula de açúcar encontrada na placenta.

Olhando mais a fundo, eles descobriram que a mesma molécula de açúcar também é encontrada na maioria dos tipos de células de câncer. Isto não é totalmente estranho, uma vez que tumores e placentas compartilham uma série de características, tais como o rápido crescimento e a invasão tecidual.

"Eu tenho trabalhado por mais de 25 anos no desenvolvimento de terapias para o tratamento de câncer e eu nunca vi um alvo tão amplamente expresso em diferentes tipos de câncer quanto a VAR2CSA," disse o professor John Babcook, coordenador do trabalho.

Toxinas contra o câncer

Juntamente com seus colegas Mads Daugaard e Ali Salanti, Babcook demonstrou agora que a molécula de açúcar pode ser um alvo para as drogas anticâncer, e que a proteína da malária - a VAR2CSA - pode fornecer a ferramenta para carregar potentes toxinas que matam os tumores - essas toxinas foram desenvolvidas pela empresa Kairos Therapeutics.

Com as toxinas grudadas na VAR2CSA, os resultados mostraram mais de 95% de destruição das linhagens de células tumorais em uma ampla gama de tipos de câncer, incluindo os cânceres do pâncreas, cérebro, sangue, ovário, gástrico, pulmão, bexiga, pele, próstata e mama.

O fármaco foi testado em animais de laboratório que receberam implantes de tumores humanos. A equipe agora está se preparando para testar o composto em ensaios clínicos em seres humanos.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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